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Ex-comandante responsável pela segurança de Brasília foi detido

Diogo Barreto 07 de fevereiro de 2023 às 22:06

Jorge Naime Barreto é suspeito de ter atrasado a atuação da Polícia Militar no dia da invasão aos Três Poderes, em Brasília, a 8 de janeiro.

O antigo comandante da Polícia Militar Jorge Eduardo Naime Barreto foi detido esta terça-feira, no âmbito da operação que investiga a invasão de três edifícios estatais de Brasília, a 8 de janeiro deste ano. É suspeito de ter atrasado a atuação da Polícia Militar, para que os manifestantes que atacaram os edifícios pudessem fugir.

REUTERS/Adriano Machado

Jorge Naime Barreto, ex-comandante de Operações da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), foi detido no âmbito da quinta fase da Operação Lesa Pátria, na sua casa, em Vicente Pires. A investigação visa identificar e deter participantes, organizadores e financiadores da invasão do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e da sede do Supremo Tribunal Federal (STF). Milhares de extremistas invadiram estes edifícios, numa atuação descrita por juristas brasileiros como terrorista. 

Naime Barreto (visto na fotografia a carregar um manifestante) havia sido exonerado do cargo a 10 de janeiro, na sequência da invasão das sedes dos Três Poderes. Foi responsabilizado por não ter atuado nas suas funções, já que era o responsável por planear as operações de segurança da Polícia Militar em eventos e manifestações no Distrito Federal. Mas agora sabe-se que o militar estava a ser investigado a propósito da sua atuação no dia do ataque. Os manifestantes invadiram os edifícios, vandalizando as infraestruturas, destruindo documentos e roubando peças. Mas o comandante terá atrasado a atuação da Polícia Militar no dia do ataque, de forma a que os manifestantes pudessem fugir. Naime Barreto negou as acusações depois de ter sido exonerado.

De acordo com a imprensa brasileira, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) está a investigar se Jorge Naime Barreto tentou fugir com a família uns dias depois, com medo de ser detido pelo seu papel na invasão. A denúncia foi feita pela ex-mulher do militar que disse à PCDF que um dia depois do ataque, um dos filhos do casal ligou à mãe a informar que o pai os queria levar imediatamente para a Bahia e que a madrasta os tinha ameaçado ("com um cinto") caso contassem a alguém do plano de fuga. 

A Operação Lesa Pátria investiga os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido, segundo o jornalMetrópole. Até ao momento já foram cumpridos 31 mandados de procura e 16 mandados de prisão. Os mandados foram emitidos em cinco fases diferentes ao longo do último mês.

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