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Covid-19: África quer testar 10 milhões de pessoas em quatro meses

23 de abril de 2020 às 11:24

Diretor do Centro de Prevenção e Controlo de Doenças Afric defendeu a importância dos testes generalizados ao novo coronavírus.

O diretor do Centro de Prevenção e Controlo de Doenças Africano (CDC África) defendeu hoje a importância dos testes generalizados à covid-19, planeando testar 10 milhões de africanos nos próximos quatro meses.

"Lançámos uma iniciativa de testes em larga escala, que foi apresentada aos chefes de Estado africanos ontem [quarta-feira], e o objetivo imediato é testar 1 milhão de pessoas nas próximas quatro semanas, aumentando para 10 milhões nos próximos quatro meses e 20 milhões até final do ano", disse John Nkengasong durante a conferência de imprensa virtual semanal do CDC África.

Nkengasong vincou a importância dos testes e salientou que já foram feitos 415 mil testes no continente, lamentando que, ainda assim, que o continente esteja "a correr atrás do prejuízo".

"Se não testarmos em grande escala estamos cegos, é como pilotar um avião sem sistema de rádio, não conseguiremos estar à frente da curva, e isso é muito importante também para reabrir as economias, porque um dos indicadores para sabermos se podemos ultrapassar a fase do confinamento é saber quem está infetado e depois seguirmos os contactos de cada uma dessas pessoas para testarmos toda a gente", disse o responsável.

Na semana passada, John Nkengasong anunciou que iria realizar em breve 1 milhão de testes, tendo feito, desde domingo, dia em que chegou ao continente a doação do milionário chinês Jack Ma, 73 mil testes de infeção pela covid-19.

"Estamos a correr atrás do prejuízo, mas temos de conseguir estar à frente da curva", disse o diretor do CDC África, uma entidade que funciona no âmbito da União Africana.

Questionado sobre se África poderá ser o próximo centro mundial da pandemia, John Nkengasong respondeu que qualquer país pode ser o próximo, mas argumentou que estão a ser feitos esforços para que isso não aconteça.

"Qualquer país pode ser o próximo centro da pandemia, mas se fizermos algumas coisas vamos conseguir evitar que isso aconteça, não é uma profecia que se vai cumprir, e é por isso que temos de testar, é assim que conseguiremos evitar uma catástrofe", defendeu.

Apontando o isolamento social e o confinamento como "essenciais para evitar uma explosão da propagação", Nkengasong reconheceu que "isto não significa que os países estejam a conseguir controlar a propagação, mas sim que sem medidas de isolamento a propagação seria explosiva".

O número de mortos provocados pela covid-19 em África subiu para 1.242 nas últimas horas, com quase 26 mil casos registados da doença em 52 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.

Segundo o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), nas últimas 24 horas, o número de mortos registados subiu de 1.191 para 1.242 enquanto as infeções aumentaram de 24.686 para 25.937.

O número total de doentes recuperados subiu de 6.425 para 6.534.

O norte de África mantém-se como a região mais afetada pela doença com 10.990 casos, 867 mortos e 2.763 doentes recuperados.

Na África Ocidental, há registo de 6.183 infeções, 158 mortos e 1.794 doentes recuperados.

A África Austral contabiliza 77 mortos em 3.893 casos de covid-19 e 1.123 doentes recuperados.

A pandemia afeta 52 dos 55 países e territórios de África, com cinco países – África do Sul, Argélia, Egito, Marrocos e Camarões - a concentrarem quase metade das infeções pelo novo coronavírus e mais de dois terços das mortes associadas à doença.

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