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Coronavírus: Governo de Macau diz que Portugal já não tem máscaras para vender

04 de fevereiro de 2020 às 08:50

Líder do executivo macaense revela que o país comprou máscaras em países como Estados Unidos e Portugal, mas que está a encontrar "dificuldade em arranjar mais" devido ao surto do novo vírus que tem epicentro na China.

O chefe do Governo deMacaudisse, esta terça-feira, que Portugal já não tem maismáscaraspara vender, mas garantiu que o território tem máscaras suficientes para enfrentar o surto do novo coronavírus.

"Macau tem dinheiro", mas tem sido difícil arranjar máscaras no mercado, disse Ho Iat Seng, em conferência de imprensa, durante a qual anunciou todos os casinos do território vão fechar durante duas semanas.

Por entre vários apelos aos residentes para que permaneçam em casa, o líder do Governo de Macau indicou que o território adquiriu máscaras em países como Estados Unidos e Portugal, mas, por causa do surto do coronavírus e da grande quantidade deste equipamento médico utilizada na China, está a encontrar "dificuldade em arrajar mais máscaras no mercado externo".

"Neste momento, Portugal já não tem mais máscaras", afirmou o responsável do território, que conta dez casos confirmados de infeção pelo coronavírus.

As autoridades informaram que mais de 2,9 milhões de máscaras foram vendidas, desde o anúncio do primeiro caso de infeção em Macau, há duas semanas.

O Governo de Macau adquiriu ao todo 20 milhões de máscaras, que estão a chegar em vários carregamentos, e a serem distribuídas por farmácias convencionadas, associações e outros espaços definidos pelas autoridades. Cada residente, mediante apresentação da identificação, recebe dez máscaras para igual número de dias.

"Se forem necessárias mais máscaras, o Estado [chinês] vai ajudar", afirmou o líder do executivo de Macau.

Quantos aos desinfetantes, esgotados em Macau, Ho Iat Seng disse que não vai utilizar o mesmo método de racionamento para a população. "Não vamos garantir esse tipo" de produto para a população, afirmou.

"Importante é nos hospitais e lares (...) esses têm de ser garantidos", frisou, acrescentando ter sido adquiridas quatro toneladas de produtos desinfetantes.

"A prioridade é para os trabalhadores médicos (...) não queremos que médicos e enfermeiros sejam infetados", reforçou Ho Iat Seng.

Na mesma ocasião, o chefe do Executivo de Macau admitiu que o território está a ponderar encerrar as fronteiras com a China, mas para já apenas está decidido o encerramento temporário dos casinos, devido ao novo coronavírus.

O primeiro passo é suspender as atividades dos casinos, "depois vamos analisar" a situação e tomar as medidas adequadas e necessárias, indicou.

O responsável assumiu que a suspensão dos casinos foi uma "decisão difícil" e que "vai causar muitos danos económicos, mas Macau consegue assumir esse risco".

Esta manhã, a China tinha elevado para 426 mortos e mais de 20.400 infetados o balanço do surto de pneumonia provocado por um novo coronavírus (2019-nCoV) detetado em dezembro passado, em Wuhan, capital da província de Hubei (centro), colocada sob quarentena.

Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há mais casos de infeção confirmados em 24 outros países.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou na quinta-feira uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional, o que pressupõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.

MIM // EJ

Lusa/Fim

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