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Conselho de Segurança vota novas sanções contra a Coreia do Norte

11 de setembro de 2017 às 07:38

A administração Trump apresentou uma proposta na terça-feira com novas (e mais severas) sanções à Coreia do Norte. China e Rússia abertas a negociar

O Conselho de Segurança das Nações Unidas reúne-se esta segunda-feira a pedido dos Estados Unidos para votar uma resolução que poderá impor as sanções mais severas de sempre à Coreia do Norte na sequência do seu último ensaio nuclear.

O desafio, para o Conselho de Segurança e para os cinco membros permanentes com direito de veto (Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e China) é preservar a sua união frente a Pyongyang e, simultaneamente, adoptar medidas mais fortes para mostrar a sua determinação.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, que classificou o risco nuclear na Coreia do Norte como a mais grave crise no mundo hoje, disse no domingo, numa entrevista, que é preciso "manter a todo o custo a unidade do Conselho de Segurança, porque é o único instrumento que pode conduzir a uma iniciativa diplomática com hipóteses de sucesso".

A administração Trump adoptou uma nova abordagem com esta resolução, que foi apresentada na terça-feira e será votada hoje, quando em ocasiões anteriores passava semanas e por vezes meses a negociar com a China antes de apresentar a resolução aos restantes membros do Conselho de Segurança.

Diplomatas ouvidos pela agência Associated Press dizem que o pedido norte-americano de uma votação em tão pouco tempo visa pressionar a China e reflecte a preocupação de Washington com o último teste nuclear da Coreia do Norte - um teste com uma bomba de hidrogénio que foi o mais potente já realizado pelo regime - e o recente lançamento de um míssil balístico sobre o Japão.

O embaixador do Reino Unido na ONU, Matthew Rycroft, que defende novas sanções "robustas", disse na quinta-feira que a proposta norte-americana, que prevê proibir todas as importações de petróleo e todas as exportações de têxteis e impedir os norte-coreanos de trabalhar no estrangeiro (o que ajuda a financiar os programas nuclear e de mísseis), é "uma resposta proporcionada" ao comportamento "ilegal e irresponsável" de Pyongyang.

A proposta prevê também o congelamento de todos os activos financeiros estrangeiros do governo e do seu líder, Kim Jong Un.

Os diplomatas ouvidos pela Associated Press dizem que todos os 15 membros do Conselho de Segurança já discutiram em privado a proposta norte-americana na sexta-feira e que tanto a China como a Rússia parecem abertas a negociar.

Publicamente, Rússia tem insistido que as sanções contra a Coreia do Norte não funcionam e o Presidente russo, Vladimir Putin, manifestou a preocupação de que um corte total das entradas de petróleo no país prejudique o povo norte-coreano.

Pequim e Moscovo, que temem um afluxo de refugiados norte-coreanos em caso de crise grave no país, têm pedido uma resolução que se foque na busca de uma solução política e propuseram que a Coreia do Norte suspendesse os seus testes nucleares e de mísseis em troca da suspensão dos exercícios militares conjuntos dos EUA e da Coreia do Sul, uma sugestão rejeitada pela administração Trump.

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