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China nega que consulado nos EUA tenha roubado propriedade intelectual

23 de julho de 2020 às 11:25

Governo chinês voltou a prometer "retaliação" pelo encerramento da sua representação diplomática em Houston, após acusações dos Estados Unidos que considera serem "maliciosas" e cujo "único objetivo é difamar a China".

A China negou hoje que o seu consulado em Houston, no Texas, tenha roubado propriedade intelectual ou informações de empresas norte-americanas, e voltou a prometer "retaliação" pelo encerramento da sua representação diplomática.

Washington deu 72 horas a Pequim para fechar o seu consulado em Houston, visando "proteger a propriedade intelectual norte-americana e informações privadas dos seus cidadãos".

"Estas acusações são maliciosas e o seu único objetivo é difamar a China. O encerramento do consulado é uma medida completamente injustificada, e a China reserva-se ao direito de retaliar", disse o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Wenbin.

Wang não detalhou quais seriam as contramedidas, limitando-se a ler o texto do dia anterior.

"Pedimos aos EUA que corrijam esta decisão errónea, ou a China adotará a retaliação legítima e necessária", reiterou.

A imprensa estatal chinesa sugeriu a possibilidade de a China reagir com o encerramento de um dos consulados dos EUA no país e citou explicitamente Hong Kong e Macau, Cantão ou Chengdu.

O jornal oficial em língua inglesa China Daily disse hoje em editorial que o encerramento é "uma manobra política" do atual Governo dos EUA, que consiste em "pintar a China como o bandido e bani-la da comunidade internacional", a fim de ganhar votos para as eleições norte-americanas, marcadas para novembro.

"Donald Trump vai até ao fim retratar a China como um agente do mal", argumentou o jornal.

As relações bilaterais atravessam o pior período em várias décadas, face a uma prolongada guerra comercial e tecnológica ou disputas em torno das questões de Hong Kong, Xinjiang e Mar do Sul da China.

A decisão dos EUA surgiu um dia depois de as autoridades norte-americanas terem acusado os serviços de inteligência chineses de apoiarem ciberataques, executados por dois 'hackers' chineses, contra empresas de 11 países, para tentarem obter dados sobre o desenvolvimento de vacinas para a covid-19, e segredos de tecnologia militar.

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