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Deputados britânicos acusam Facebook de ameaçar jornal The Guardian

26 de abril de 2018 às 15:05

O jornal britânico publicou o escândalo do acesso indevido da empresa Cambridge Analytica a dados de 87 milhões de utilizadores desta plataforma.

Deputados do parlamento britânico acusaram esta quinta-feira a rede social Facebook de ter "assediado e ameaçado" o jornal The Guardian, que publicou o escândalo do acesso indevido da empresa Cambridge Analytica a dados de 87 milhões de utilizadores desta plataforma.

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O director de tecnologia do Facebook, Mike Schroepfer, foi hoje ouvido pela comissão parlamentar de Digital, Cultura, Meios de Comunicação e Desporto, no âmbito do inquérito sobre a protecção que a rede social dava aos dados e à privacidade de seus clientes.

Mike Schroepfer foi questionado sobre as ameaças do Facebook ao jornal britânico após a publicação de que informações de 87 milhões de utilizadores teriam sido usadas, sem o seu consentimento, pela consultora britânica Cambridge Analytica para ajudar a campanha eleitoral do Presidente norte-americano, Donald Trump, e na do 'Brexit' [saída do Reino Unido da União Europeia].

"Sinto que os jornalistas pensaram que estávamos a impedir que eles trouxessem à luz a verdade", respondeu Schroepfer, reconhecendo que foi "um erro" não informar "no momento" em que se aperceberam que os dados tinham sido usados de forma indevida.

O diretor de tecnologia da empresa norte-americana admitiu que o Facebook desconhecia "até recentemente" que um trabalhador da rede social era também funcionário de Aleksandr Kogan, professor da Universidade de Cambridge que, segundo Mark Zuckerberg, foi responsável pela situação, pois concebeu o programa que coligia as informações.

Além disso, revelou que "ninguém no Facebook" leu os "termos e condições" que Kogan estabelecia na sua aplicação, uma afirmação que causou perplexidade entre os parlamentares.

"Você é responsável pela tecnologia, como podia não saber?", questionou um deles

O presidente da comissão, Damian Collins, acusou o Facebook de ter ferramentas na sua plataforma mais direccionadas para os interesses publicitários do que focadas em "trabalhar para os utilizadores".

Schroepfer prometeu que a "propaganda política" será muito mais "transparente" no futuro, mas disse que "neste momento" não é possível que os utilizadores se libertem completamente desses anúncios.

Os deputados britânicos pediram no mês passado para ouvir o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, na comissão, mas este declinou a audição.

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