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"Victoria Beckham": o lado vulnerável de uma pop star na Netflix

Disponível desde dia 9, a minissérie documental “Victoria Beckham” coloca a socialite no papel de protagonista da sua história. Em três episódios, o documentário leva-nos ao backstage do seu mundo.

Máxima 13 de outubro de 2025 às 19:00
Victoria Beckham surge em documentário da Netflix, revelando facetas da sua vida e carreira AP Photos
Na noite de 8 de outubro, no icónico bairro de Mayfair, em Londres, Victoria Beckham voltou a estar no centro das atenções. Desta vez, não como a ex pop-star das Spice Girls, a figura mediática dos anos 2000 ou a mulher de David Beckham. Também não foi como designer ou empresária. Foi, sim, como a síntese de todas essas suas versões, na estreia da minissérie documental homónima, Victoria Beckham, produzida pela Netflix, onde a criadora britânica se assume, acima de tudo, como protagonista da sua própria história. Disponível desde 9 de outubro na plataforma de streaming, a série documental conta com três episódios, com cerca de cinquenta minutos cada. A narrativa desenvolve-se num vai e vem no tempo - numa estrutura temporal não cronológica, que percorre, e descreve, do ponto de vista de Victoria, a sua trajetória de vida e de carreira. Desde a sua infância e dos seus sonhos e ambições, mas também os seus desafios pessoais ainda enquanto jovem; até ao fenómeno Spice Girls, passando pela exposição mediática e a construção da sua identidade enquanto figura pública. Entre a fase WAG, o julgamento implacável e constante dos tablóides e as pressões mediáticas, a série revela as vulnerabilidade de Victoria, os distúrbios alimentares e as sucessivas reinvenções que marcaram o seu percurso. O documentário estrutura-se ainda em torno do desfile da coleção Primavera/Verão 2025 da marca de moda própria, Victoria Beckham, apresentado na Paris Fashion Week no final de setembro de 2024 - enquanto momento que consolidou a maturidade e o reconhecimento institucional da marca dentro do sistema da moda de luxo. Assim, a série acaba também por contar a história da marca global de luxo contemporâneo.
Victoria Beckham estreia mini-série documental na Netflix, em Londres AP Photos
Talvez o mais impactante nesta série documental seja o esforço e a tentativa de Victoria Beckham de se mostrar de forma diferente, mais aberta, emocional e humana. Facetas essas que vai demonstrando ao longo da produção, com uma vulnerabilidade gradual, ainda que por vezes dominada pela contenção e pose diante das câmaras. Mesmo assim, Victoria mostra alguma coragem ao abordar temas delicados e expor-se para além da imagem polida a que o público se habituou. As suas confissões e os testemunhos sinceros de quem a conhece vão desconstruindo os mitos que os media foram criando, revelando uma mulher real. Testemunhos esses que contam com a participação de familiares e amigos, incluindo o marido David Beckham e a amiga Eva Longoria; e de ícones da indústria da moda, como Anna Wintour, Tom Ford, Donatella Versace, Juergen Teller e o designer francês Roland Mouret - mentor de Victoria Beckham. Assim, a série está repleta de revelações e histórias. Ainda assim, alguns meios de comunicação internacionais e críticos descrevem esta produção como estratégia de marketing gigante, em alguns casos, e também como espécie de sequela de Beckham - a série documental vencedora de um Emmy, lançada em 2023, centrada no percurso do futebolista David Beckham e criada pela mesma produtora, a Netflix. No entanto, Victoria é clara ao afirmar logo no primeiro episódio: “Isto não é sobre ele, é sobre mim.". Inclusivamente, a realizadora Nadia Hallgren confessou estar intrigada com Victoria Beckham, declarando que “ela roubou as atenções no documentário do David, e eu queria perceber quem é que ela realmente é”, dando, de forma irónica, nome ao primeiro episódio da série documental Quem é que ela pensa que é?. Este formato acaba por ser uma tentativa de lhe devolver parte do protagonismo, colocando-a sob uma luz mais empática e multifacetada, devolvendo-lhe espaço, voz e reconhecendo-a enquanto criadora e ícone cultural.
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