Os anos passam a correr, e o Andanças já celebra a 21ª edição. Ao longo da primeira semana de Agosto, a pacata vila de Castelo de Vide, no distrito de Portalegre, acolhe uma autêntica "invasão pacífica", que costuma chegar aos 40 mil visitantes, nacionais e estrangeiros. Este ano - em que o tema do evento é O Desafio - não será diferente. A Associação PédeXumbo, que organiza o festival desde sempre, propõe "um olhar criativo sobre arte e sociedade", a partir de "encontros entre práticas tradicionais e artes emergentes". O programa estende-se por "um conjunto alargado de propostas que integram valores cooperativos e sustentáveis" e "apresentam formas arrojadas de expressão", capazes de surpreender os públicos, "despertando um olhar criativo sobre arte, tradição, identidade, sociedade e contemporaneidade". Refere ainda a organização: "Pretendemos incitar o encontro com o diferente, o outro, o tradicional e o novo, e convidar à participação num diálogo de enriquecimento mútuo e de criação de um espaço de bem-estar." Este ano, "consolidam-se os pilares e os objectivos do festival, melhora-se o espaço e criam-se mais infra-estruturas", garante ainda fonte da organização. "A programação continua extensa e diversificada, com cerca de 80 actividades por dia, permitindo que cada participante crie o seu próprio percurso dentro do festival." O espaço distribui-se por dez palcos, com actividade simultânea. Seis deles serão destinados às oficinas de dança e aos bailes; em três haverá concertos; e há mais um para a vertente crianças/famílias. Uma coisa é certa: "As danças 'do mundo' continuarão a constituir o eixo central do Andanças, mantendo-se também o espaço para as novas propostas, que vão de danças urbanas a contemporâneas." Se gosta de dançar e, sobretudo, de aprender novos passos ao ritmo de sons por vezes ancestrais (outras vezes nem tanto), dispõe aqui de mais de 100 oficinas em que os ensinam. Só alguns exemplos: saias, valsas mandadas, fandango, chamarritas, viras minhotos, mazurcas, tarantelas, valsas, kizomba, semba, funaná, coladeira, samba, chachachá, tango, tap dance, dabkas ou dança sufi. Para animar as sete noites de bailes e concertos, foram convidados mais de 50 grupos e projectos musicais ligados ao folk europeu. Entre muitos outros, refira-se a presença dos Dobranotch (Rússia), Oques Grasses (Catalunha), Korrontzi (País Basco), Ormuz (França) ou Broes Quintet (Bélgica). O cartaz português inclui Celina da Piedade, Toques do Caramulo, Galandum Galundaina, Sebastião Antunes e Pedro Mestre. Ao longo de 20 anos, criaram-se cumplicidades. E no seio do festival foram nascendo e crescendo projectos como A Batalha do Modesto Camelo Amarelo, Aqui há Baile, B'rbicacho, Naragonia ou Parapente700, que também actuarão este ano. Fortalecendo os laços que foram aprofundados com a comunidade, não faltarão os Tók e Ródão ou a Banda União Artística de Castelo de Vide.Mas o Andanças não é só bailarico. Como complemento, "pensando no corpo como um todo em harmonia", propõe 46 actividades de "relaxamento, meditação e desenvolvimento pessoal", incluindo ioga, qi gong, massagem ayurvédica, tai chi a pares e biodanza. Quem preferir aprender a tocar um instrumento, terá oito oficinas à escolha, enquanto as famílias e as suas crianças poderão frequentar 60 actividades, de aulas de dança a circo ou sessões de contos e teatro. Junto à Barragem de Póvoa e Meadas sobra ainda espaço para acolher "diferentes instalações artísticas que desafiam entrosamentos de arte, expressão e natureza" e para 95 actividades paralelas, que contemplam artes plásticas, cinema, passeios e oficinas de gastronomia. Andanças 2016 Barragem de Póvoa e Meadas, Castelo de Vide De 1 a 7/8 www.andancas.net €25/dia a €112/7 dias