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A canção chegou ao top britânico, está nomeada para os Brit Awards, levou-a ao Tonight Show, de Jimmy Fallon, e já foi dançada por Reese Witherspoon e Will Ferrell. O que tem afinal de especial?
Aos 24 anos, a britânica Lola Young já não consegue entrar no TikTok sem se ouvir. Seja para musicar receitas de pudins de chia seja para mandar recados aos ex, a cançãoMessyjá foi usada mais de 250 mil vezes por anónimos e até algumas celebridades nos pequenos vídeos na aplicação.
A própria está farta - e não há outra maneira de o dizer. No sofá doThe Tonight Show, apresentado por Jimmy Fallon, Lola Young falou da "loucura" que é não poder entrar no Tik Tok sem se ouvir. "Claro que adoro que [Messy] esteja na aplicação, só não quero ter de a ouvir sempre que lá vou", disse também àVariety.
Messy, do disco This Wasn’t For Meant for you Anyway (oficialmente o segundo de Lola Young - mas quem se lembra do primeiro?), é aquilo a que se pode chamar uma canção orelhuda - só precisamos de a ouvir duas vezes para que o refrão se nos fique colado ao hipocampo para todo o sempre.
O que faz, contudo, com que uma canção se cole ao topo de tendências do TikTok é, na maioria das vezes, a facilidade com que é adotada pelos utilizadores da aplicação em danças mais ou menos coreografadas. Foi isso, de resto, o que aconteceu com Messy: no final de 2024, a filha de Lionel Richie, Sofia Richie, surgiu num vídeo com o amigo Jake Shane, um influenciador e comediante americano (que assina como Octopusslover8 quando quer ser divertido online), a dançar a canção.
Como em muitos fenómenos deste tipo, ninguém ouviu a letra da canção - que fala sobre uma relação tóxica - e sucederam-se vídeos mais ou menos animados e com todo o tipo de subtexto, da pastelaria às manifestações de carinho, passando por exercícios de musculação, revelações de género, férias com amigos e, em casos raros, declarações de fins de relações de pessoas que realmente se deram o trabalho de entender sobre o que é Messy.
Lola Young, curiosamente, não está surpreendida com o sucesso. Primeiro, porque é um produto acabado da Geração Z (é vê-la em entrevistas, oscilando entre ser profundamente blasé e extremamente literal) e depois porque, como explicou à Vogue, esperou "muito" pelo sucesso: "É uma sensação incrível. Não parece surreal, na verdade, porque estou à espera disto há muito tempo." O "muito tempo" de que fala explica-se porque, apesar de só ter 24 anos, compõe desde os 11, em casa, no sul de Londres - precisamente onde escreveu esta Messy, uma canção de despedida e de auto-descoberta no final de uma relação abusiva.