Os carters estão de volta, e, pela primeira vez em formato longa-duração, juntos. Apesar de terem surgido, ao longo do ano, rumores de um disco colaborativo do casal, foi sem pré-aviso que Beyoncé e Jay-Z anunciaram, num concerto em Londres, a 16 de Junho, o súbito lançamento deEverything Is Love, um álbum que soa a fim de capítulo de um tempo atribulado, que ela revelou ao mundo em Abril de 2016, com o lançamento deLemonade, aproveitando as letras para acusar o marido de infidelidade e apelar ao feminismo. Em Junho do ano seguinte chegou a resposta de Jay-Z:4:44, faixa-título do seu 13º álbum, é um sentido e comovente pedido de desculpas - e parece ter resultado: aí está a reafirmação da unidade das suas visões, enquanto artistas, magnatas, marido e mulher. No entanto,Everything Is Lovenão é "todo amor", como sugere o título: boa parte dos seus 38 minutos é passada a exaltar a ostentação. A química entre os dois - apontada à celebração do amor e executada para a pista de dança - é, porém, inegável. Por isso oNew York Timeschamou ao disco "uma exibição táctica do nome de marca da família", aPitchfork"uma renovação de votos pública" e aUs Weekly"um trabalho equilibrado de dois dos maiores artistas do nosso tempo".