Esta foi também uma noite marcada por mensagens políticas. Ao receber o Óscar de Melhor Filme Internacional o realizador de Zona de Interesse, Jonathan Glazer, traçou conexões entre o filme que revela a vida luxuosa da família de um comandante alemão ao lado de Auschwitz com os atuais bombardeamentos de Gaza: "O nosso filme mostra a que leva o pior da desumanização. Moldou todo o nosso passado e o nosso presente", afirmou o realizador, que é judeu, e que rejeitou que "o Judaísmo e o Holocausto sejam sequestrados por uma ocupação que levou ao conflito para tantas pessoas inocentes". "Sejam as vítimas do 7 de outubro em Israel, ou do ataque em curso a Gaza, todas as vítimas desta desumanização, como resistimos?". Na cerimónia, artistas como Billie Eilish e Mark Ruffalo usaram pins vermelhos a favor do cessar-fogo em Gaza.
Também Mstyslav Chernov, diretor do documentário 20 dias em Mariupol, utilizou o seu discurso para passar uma mensagem política: "Gostava de nunca ter feito este filme". O vencedor de Melhor Longa-Metragem Documental estava visivelmente emocionado: "Gostava de poder trocar isto pela Rússia nunca ter atacado a Ucrânia, nunca ter ocupado as nossas cidades. Não posso mudar a História. Não posso mudar o passado, mas todos juntos podemos garantir que as coisas sejam resolvidas e que a verdade prevalecerá… O cinema forma memórias e as memórias formam a História."
Cillian Murphy, vencedor do Óscar de Melhor Ator, também referiu a guerra, embora de uma forma mais abrangente. No seu discurso afirmou: "Sou um irlandês muito orgulhoso por estar aqui esta noite. Fizemos um filme sobre o homem que criou a bomba atómica e, para o bem e para o mal, continuamos a viver num mundo de Oppenheimer, por isso gostaria de dedicar este filme aos que trabalham pela paz em todo o mundo".
Ryan Gosling protagonizou um dos momentos da noite com a atuação de I’m Just Ken. O hit de Barbie foi interpretado pelo ator, que usou um fato rosa brilhante numa atuação inspirada em Marilyn Monroe a interpretar Diamonds are a Girls Best Friend, no filme Os Homens Preferem as Louras. A realidade é que Barbie acabou por ganhar apenas um dos oito Óscares para que estava nomeado e a música de Ryan Gosling perdeu o Óscar de Melhor Canção Original para What Was I Made For? de Billie Eilish e Finneas, também de Barbie.
Quem também gostou da atuação de Ryan Gosling foi Emma Stone que, após receber o prémio de Melhor Atriz pela sua interpretação de Bella Baxter em Pobres Criaturas, admitiu ter rasgado o vestido: "Acho que rebentei o vestido durante I’m Just Ken. Fiquei tão impressionada com o Ryan e com o que ele estava a fazer, aquela atuação deixou-me louca". O vestido da atriz foi cosido novamente ainda na plateia, o que evitou qualquer inconveniente.
Mas talvez a imagem da noite seja a de John Cena a entrar em palco sem roupa, apenas com o envelope a tapar a sua zona íntima, para entregar o prémio de Melhor Guarda-Roupa. "Roupas... são mesmo importantes", afirmou. O momento parece ter sido uma referência ao incidente da cerimónia de 1974, quando um homem nu conseguiu subir ao placo do Dolby Theatre.
Quase no final da noite o apresentador Jimmy Kimmel partilhou uma crítica feita por um "ex-presidente" na Truth Social. Agradeceu-lhe por estar a ver a gala e perguntou se já não deveria estar na prisão. A publicação em causa foi feita por Donald Trump às 21:39, 01:39 em Lisboa, e afirmava: "Alguma vez houve um apresentador pior do que Jimmy Kimmel nos Óscacres? A sua atuação foi de uma pessoa abaixo da média que se esforça por ser algo que não é e nunca poderá ser. Livrem-se do Kimmel e substituam-no por outro talento da ABC, George Slopanopoulos [trocadilho com George Stephanopoulos], que está gasto mas é barato".
O apresentador respondeu: "Bem, obrigado, presidente Trump. Obrigada por assistir. Mas estou admirado… Já não passou da hora de ir para a prisão?"
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