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Crítica de cinema: Mary Shelley

"A dimensão social torna-se excessiva pelo olhar de Al-Mansour, as personagens masculinas apresentam-se fracas e manipulativas no seu egocentrismo", escreve Pedro Marta Santos

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Crítica de cinema: Mary Shelley
Pedro Marta Santos 16 de julho de 2018 às 15:00

A ânsia dos discursos inclusivos pode matar a arte. Como dizia o produtor Samuel Goldwyn, que sabia mais de cinema a dormir do que Warhol e Deleuze após um jantar de cogumelos mágicos na Factory, "se queres enviar uma mensagem, manda um telegrama". A saudita Haifaa Al-Mansour, corajosa feminista no Médio Oriente e autora deO Sonho de Wadjda, encontra na vida e no trabalho de Mary Wollstonecraft Godwin - depois Mary Shelley após a união com o poeta Percy Shelley - o veículo adequado à sua agenda: filha de escritores e filósofos, na Londres do século XIX, Mary era de uma notável precocidade, tendo escrito aos 19 uma obra-prima que não assinou por ser mulher. A dimensão social torna-se excessiva pelo olhar de Al-Mansour, as personagens masculinas apresentam-se fracas e manipulativas no seu egocentrismo e, não se pedindo o folclóricogrand guignolde Ken Russell emGothic, aquele Verão de 1816, no Lago Genebra, momento icónico da história da literatura, merecia outra violência lírica. 

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