A Câmara de Lisboa aprovou esta quarta-feira a atribuição de 300 mil euros à 64.ª edição da ModaLisboa, entre 6 e 9 de março, e de 109.547 euros à cooperativa Bicicultura, para fomentar a utilização da bicicleta.
Em reunião privada do executivo camarário, a proposta de transferência de verba relativa à comparticipação financeira do município de Lisboa na 64.ª edição da ModaLisboa, no valor de 300 mil euros, foi aprovada por maioria, com os votos contra de BE e Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre) e a abstenção de PCP e Livre, disse à Lusa fonte do município.
Subscrita pelo presidente da câmara, Carlos Moedas (PSD), a proposta de apoio à ModaLisboa teve os votos a favor do PS e da liderança PSD/CDS-PP, que governa sem maioria absoluta.
Na anterior edição da ModaLisboa, o município atribuiu também um apoio de 300 mil euros, enquanto em edições passadas houve um financiamento de 350 mil euros.
Em coorganização com a Câmara de Lisboa, a 64.ª edição da ModaLisboa | Lisboa Fashion Week irá decorrer entre 6 e 9 de março, "sob o tema ModaLisboa Capital", com inspiração no atual movimento da indústria da moda europeia "em direção à transição sustentável", tendo por base a transformação da regulamentação, para "garantir uma prática mais responsável, ética, justa e criativa".
"As apresentações de moda regressam ao Pátio da Galé, enquanto polo privilegiado de desfiles, com uma localização nobre e atrativa", lê-se na proposta da câmara, indicando que esta edição da ModaLisboa também irá passar pelo MUDE - Museu do Design, num estreitamento de relações entre a moda e a cultura, e pelo recém-inaugurado Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian (CAM), em que o espaço "será imbuído por novos formatos de pensamento e no qual decorrerá uma apresentação com entrada livre".
Relativamente à cooperativa Bicicultura, em que a câmara prevê atribuir um apoio financeiro de 106.547 euros e um apoio não financeiro de até 3.000 euros, a proposta apresentada pelo vice-presidente do executivo municipal, Filipe Anacoreta Correia (CDS-PP), que tem o pelouro da Mobilidade, foi viabilizada por unanimidade, indicou à Lusa fonte do município.
O apoio à Bicicultura, que tem sido disponibilizado desde 2020, pretende dar continuidade ao Programa Municipal de Comboios de Bicicletas, projeto que consiste em levar os alunos para a escola de bicicleta, com o acompanhamento de adultos monitores, "no qual participaram 11 escolas, com 18 percursos".
Segundo a proposta, a atribuição de apoio financeiro incluí todas as despesas que a cooperativa Bicicultura se propõe a dar continuidade, "para os eventos já realizados e a realizar", enquanto o apoio não financeiro se concretiza na definição de regras e procedimentos a cumprir na implementação do projeto, incluindo parcerias com parceiros institucionais (escolas e juntas de freguesia).
Nesta reunião privada, a câmara aprovou também a inscrição no orçamento em vigor do saldo de gerência não consignado de 2024, na posse do serviço, no montante de 4.091.052 euros, e a revisão ao Plano Plurianual de Investimentos que resulta da inclusão de novos projetos, inclusive a reabilitação de fogos vagos, creche da Estrada da Luz e apartamentos de transição de Marvila e outros.
Essa proposta, que terá ainda de ser submetida à Assembleia Municipal de Lisboa, foi viabilizada pela câmara com os votos contra de BE e Cidadãos Por Lisboa, a abstenção de PCP e Livre, e os votos a favor de PS e PSD/CDS-PP.
Por unanimidade, o executivo aprovou a atribuição aos Serviços Sociais da Câmara Municipal de Lisboa de 562.500 euros relativamente ao primeiro trimestre da subvenção anual deste ano, assim como uma subvenção adicional, no valor de 926.586,45 euros, para apoio financeiro às atividades desenvolvidas no âmbito do apoio social aos trabalhadores do município.
Por proposta do BE, a câmara decidiu, com os votos contra de PSD/CDS-PP, instar o Governo a reverter os cortes anunciados nas verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) destinadas à Habitação e à Mobilidade Sustentável.
Outros dos pontos da moção do BE, que foram viabilizados por unanimidade, pretendem assegurar a execução integral dos projetos previstos e "priorizar o investimento em habitação acessível e mobilidade sustentável como pilares essenciais da recuperação económica e social".