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Mais de 80 mulheres da 7.ª arte desfilam pela igualdade salarial em Cannes

Oitenta e duas mulheres ligadas ao cinema desfilaram hoje na passadeira vermelha do Festival de Cannes. Blanchett discursou.

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Edição de 5 a 11 de agosto
12 de maio de 2018 às 18:58

Oitenta e duas mulheres ligadas ao cinema desfilaram hoje na passadeira vermelha do Festival de Cannes, entre as quais a presidente do júri, Cate Blanchett, e a realizadora Agnès Varda, e pediram "igualdade salarial" no sector.

A iniciativa inédita na história do festival marca esta 71.ª edição, a primeira desde o escândalo Weinstein, o produtor de Hollywood acusado de assédio sexual e de violação por mais de uma centena de mulheres.

"Desafiamos os nossos governos e os nossos poderes públicos a aplicarem as leis sobre a igualdade salarial", declarou a belga Agnès Varda, ao lado da australiana Cate Blanchett.

"Desafiamos as nossas instituições a organizarem activamente a paridade e a transparência nas instâncias de decisão. (...) Pedimos equidade e diversidade real nos nossos ambientes profissionais", disseram Varda e Blanchett, uma em francês e a outra em inglês.

Lembraram que 82 é o número de mulheres que competiram pela Palma de Ouro, o principal prémio do festival, desde a sua primeira edição em 1964, contra 1.688 homens.

Sublinharam igualmente que desde a criação do festival 71 realizadores receberam uma Palma de Ouro e apenas duas realizadoras obtiveram o prémio: Jane Campion, em 1993, com "O piano",ex-aequocom o chinês Chen Kaige, e Agnès Varda, que recebeu uma Palma de Ouro de carreira em 2015.

"As mulheres não são minoritárias no mundo e a nossa indústria diz o contrário", disseram ainda Cate Blanchett e Agnès Varda.

À sua volta encontravam-se Salma Hayek, Mation Cotillard, Jane Fonda, Claudia Cardinale, Julie Gayet e os membros femininos do júri.

O festival, que começou na terça-feira, enviou um primeiro sinal forte às mulheres, escolhendo um júri maioritariamente feminino.

A marcha simbólica foi organizada antes da projeção do filme "Filles do Soleil", uma estreia da francesa Eva Husson, acerca de um batalhão curdo formado apenas por mulheres e que disputa a Palma de Ouro.

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