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Óscares: a noite de "Anora" e "Ainda Estou Aqui"

"Ainda Estou Aqui" superou "Emilia Pérez" e venceu Melhor Filme Internacional, "Anora" superou quase tudo e Adrien Brody e Mikey Madison brilharam. Pouco Trump, alguma Palestina. O resumo da noite.

Gonçalo Correia 03 de março de 2025 às 06:16
Myung J. Chun / Los Angeles Times via Getty Images

"Eu acho que o Óscar [de Melhor Atriz] desse ano vai para a Demi Moore, que é uma mulher que merece (...). Já para o filme estrangeiro, eu queria muito que o filme levasse." "O filme" era Ainda Estou Aqui e as palavras de Fernanda Torres, numa entrevista que deu antes da cerimónia de entrega da 97.ª edição dos Óscares. 

A previsão não se cumpriu - Mikey Madison (Anora) levou a estatueta de Melhor Atriz para casa - mas o desejo sim: pela primeira vez, um filme falado em língua portuguesa e produzido num país lusófono venceu um Óscar, o de Melhor Filme internacional, superando Emilia Pérez (França), A Semente do Figo Sagrado (Alemanha), A Rapariga da Agulha (Dinamarca) e Flow (Letónia). É um dos grandes destaques de uma noite em que Anora fez uma espécie de arrastão dos grandes prémios, levando para casa, além de Melhor Montagem e Melhor Atriz, as três categorias generalistas mais reputadas: Melhor Filme, Melhor Realizador e Melhor Argumento (neste caso, Argumento Original).

A partir de hoje nada mais será o mesmo para Mikey Madison, que aos 25 anos e com poucos papéis de relevo no passado - foi Amber Freeman em Gritos, teve uma breve participação em Era Uma Vez em... Hollywood, de Quentin Tarantino, e pouco mais - entra com estrondo na alta roda de Hollywood. "Acho que amanhã vou acordar deste sonho", diria do centro do palco do Dolby Theatre, em Los Angeles, visivelmente surpreendida com o Óscar de melhor Atriz.

Mike Coppola/Getty Images

Para Sean Baker, a surpresa talvez não seja tão grande - Anora partia como um dos grandes favoritos, a par de O Brutalista - mas a noite terá tido sabor de consagração. Muito acarinhado no circuito indie, o cineasta de Tangerine (2015) e The Florida Project (2017) nunca tinha sido nomeado para os Óscares. A noite deste domingo (madrugada de segunda-feira em Portugal) foi histórica, na medida em que aclamou-o como alguém que faz tudo bem: em Anora, foi premiado por realização, texto (escreveu o argumento), montagem (que ficou a seu cargo) e pela soma de todas estas partes (Melhor Filme).

Sean Baker teve, por isso, de pensar em vários discursos. Numa das várias vezes em que subiu a palco para discursar, depois de receber o Óscar de Melhor Realizador das mãos de Quentin Tarantino, deixou uma espécie de carta de amor à sala de cinema, que foi também um alerta: "Onde é que nos apaixonámos pelos filmes? Nas salas de cinema", lembrou, falando de "uma experiência comunitária" que "simplesmente não é possível ter em casa" e que "está em risco". Se nada for feito, alertou, "vamos perder uma parte vital da nossa cultura". Aos cineastas, desafiou: "Continuem a fazer filmes para o grande ecrã. Eu continuarei." Aos distribuidores, pediu que "apostem na exibição em sala". E para rematar em beleza, recuou à origem da sua paixão pela sétima arte para confidenciar: "A minha mãe introduziu-me ao cinema quando eu tinha cinco anos. Hoje é o aniversário dela."

Mike Coppola/Getty Images

Mais tarde, a encerrar a cerimónia, agradeceu à Academia de Hollywood por "reconhecer e valorizar um filme verdadeiramente independente". Anora, disse, "foi feito à custa do sangue, suor e lágrimas de artistas indie incríveis". "Longa vida aos filmes independentes", rematou. Antes, Baker tinha agradecido "ao elenco incrível", que "elevou tudo o que escrevi", e também "à comunidade de trabalhadores sexuais, que partilhou histórias e experiências de vida" tão necessárias para a criação de Anora, um filme com uma trabalhadora do sexo como protagonista: "Têm o meu mais profundo respeito. Muito obrigado, partilho este prémio convosco", disse o realizador, que seria corroborado por Mikey Madison: "Vou continuar a apoiar as mulheres incríveis que tive o privilégio de conhecer."

Num discurso infelizmente bem mais curto, interrompido por música, outro dos vencedores da noite, o brasileiro Walter Salles, realizador daquele que é o filme mais visto este ano nas salas de cinema portuguesas, dedicou o Óscar que recebeu por Ainda Estou Aqui à memória de Eunice Paiva, uma mulher que perante uma enorme "perda" pessoal provocada por "um regime autoritário", "decidiu não se curvar". Na plateia, Fernanda Torres aplaudia com eufórico entusiasmo. Walter Salles já não foi a tempo de dizer muito mais, a música trataria de o remeter ao silêncio, mas pôde ainda notar que a personagem é interpretada por duas extraordinárias atrizes, Fernanda Torres e Fernanda Montenegro, filha e mãe, ambas nomeadas aos Óscares.

Gregg DeGuire/Penske Media via Getty Images

Anora e Ainda Estou Aqui foram, na confirmação de expectativas, o contraponto de O Brutalista - apesar de três Óscares recebidos para Melhor Ator (Adrien Brody), Melhor Fotografia e Melhor Banda Sonora, Brady Corbet não venceu Melhor Realizador e as categorias Melhor Argumento Original e Melhor Filme escaparam-lhe - e sobretudo de Conclave e Emilia Pérez.

Nomeados a oito Óscares, A Complete Unknown terminou a noite sem estatuetas e Conclave, este já um forte candidato a vários prémiosvenceu apenas uma, de Melhor Argumento Adaptado. Emilia Pérez ganhou mais uma, duas no total, Melhor Canção Original e Melhor Atriz Secundária (Zoe Saldaña), mas foram distinções escassoas para aquele que partia para os Óscares como o filme mais nomeado.

Candidato a 13 estatuetas, Emilia Pérez já chegou à cerimónia caído em desgraça e fora das apostas para as grandes categorias generalistas - uma prova de que a opinião da indústria cinematográfica passou de estridentemente entusiástica a altamente cética, na sequência de comentários antigos da atriz trans Karla Sofia Gascón "repescados" no X (ex-Twitter) e de muitas críticas de espectadores das comunidade queer e mexicana, retratadas no filme. O desinteresse no filme, aliás, foi geral e é quantificável: as receitas de bilheteira, pouco mais de 15 milhões de dólares, não chegaram nem perto de cobrir o orçamento, estimado em aproximadamente 26 milhões de dólares.

EUA criticados em plenos Óscares

Não era apenas mais uma edição dos Óscares, esta 97.ª dos prémios de Hollywood. Não o era, desde logo, porque o contexto político - com o regresso de Trump à Presidência dos EUA a chocar de frente com uma Academia, sabemos, (pelo menos publicamente) alinhada com valores progressistas e liberais - fazia prometer intervenções  incisivas. Surpreendentemente, não aconteceu, até que os realizadores de No Other Land, filme israelo-palestiniano que venceu o Óscar de Melhor Documentário, subiram ao palco do Dolby Theatre e, surpresa das surpresas, disseram alguma coisa divisiva, que fugiu ao guião de discursos convencionais da cerimónia. 

A ida ao palco dos realizadores do filme tinha, já de si, ingredientes fortes para que o momento viesse a ser um dos mais politizados da cerimónia. O filme foi feito por um coletivo de ativistas e artistas palestinianos e israelitas - e um deles, Adra, ativista e jornalista palestiniano, reclamou do palco: "Pedimos ao mundo que intervenha a sério para parar a injustiça e para travar a limpeza étnica do povo palestiniano. Há dois meses, tornei-me pai e espero que a minha filha não tenha de viver a vida que vivo hoje… No Other Land reflete uma dura realidade que se perpetua há décadas."

Já Abraham, jornalista e cineasta israelita, afirmou: "Fizemos este filme, palestinianos e israelitas, porque as nossas vozes tornam-se mais fortes quando juntas. Vemo-nos uns aos outros, vemos a destruição atroz de Gaza e do seu povo, que tem de parar, e os reféns israelitas brutalmente sequestrados nos crimes de 7 de outubro, que têm de ser libertados". Terminaria dizendo que "um outro caminho, uma solução política sem supremacia étnica", é necessária, com "direitos para ambos os  povos", mas não sem visar os EUA: "A política externa deste país está a ajudar a bloquear esse caminho. Porque não conseguem ver que os nossos destinos estão entrelaçados? Não é demasiado tarde para a vida e para os vivos. Não temos outra possibilidade."

Arturo Holmes/WireImage

Fora a intervenção dos autores de No Other Land, a cerimónia correu sem grandes sobressaltos, politicamente falando. Conan O’Brien, o apresentador, ainda fez uma piada sobre o que pode motivar o sucesso de Anora, visando Trump - "Parece que os americanos estão entusiasmados por ver alguém finalmente fazer frente a um russo poderoso" - mas esse momento e uma ou outra intervenção de apoio à Ucrânia foram tímidas notas de rodapé num evento celebratório e cintilante. Talvez as palavras do humorista Ricky Gervais numa apresentação recente dos Globos de Ouroa ainda estejam na memória: "Se vencerem um prémio hoje, não o usem como plataforma para fazerem um discurso político. Não estão em posição de dar lições a ninguém sobre o que quer que seja. Não sabem nada sobre o mundo real."

Brody "dois em dois" e a "filha de imigrantes" Zoe Saldaña

Nos prémios de interpretação, houve surpresas e vencedores esperados. Entre as confirmações, o favorito Kieran Culkin (A Verdadeira Dor) foi distinguido com o Óscar de Melhor Ator Secundário, categoria a que estavam nomeados Yura Bosinov (Anora), Edward Norton (A Complete Unknown), Guy Pearce (O Brutalista) e Jeremy Strong (The Apprentice - A História de Trump).

Culkin era dado como destacado favorito antes mesmo da cerimónia, ainda que não seja uma vitória isento de polémica: para muitos, o ator era tão protagonista de A Verdadeira Dor quanto Jesse Eisenberg, o propalado protagonista. Tem, indiscutivelmente, um papel central no filme, que torna difícil vê-lo como um ator secundário, e muito mais falas e "tempo de ecrã" do que alguns dos outros nomeados, como Bosinov (Anora). 

Uma coisa fica clara: ainda que dúbia, a estratégia de comunicação de produtores e distribuidores que vendeu à Academia a ideia de que Culkin era ator secundário no filme resultou na perfeição. É que até pelo impacto moderado de A Verdadeira Dor, seria difícil o ator levar uma estatueta para casa se estivesse nomeado para Melhor Ator Principal.

Se Culkin subiu ao palco do Dolby Theatre bem cedo, na ponta inicial da cerimónia, para um discurso em que revelou a promessa da mulher de que teriam quatro filhos quando o ator ganhasse um Óscar, os restantes vencedores só seriam anunciados bem mais tarde. E o premiado que se seguiu foi Zoe Saldaña, mais do que pré-anunciada vencedora do Óscar de Melhor Atriz Secundária, categoria a que estavam também nomeadas Monica Barbaro (A Complete Unknown), Ariana Grande (Wicked), Felicity Jones (O Brutalista) e Isabella Rossellini (Conclave).

Os prémios que antecederam os Óscares já tinham permitido perceber que o Óscar de Melhor Atriz Secundária iria, salvo alguma grande surpresa, para Saldaña. Mas isso não fez com que a atriz tivesse encarado o prémio com indiferença. Profundamente emocionada - em dado momento, chegou a chorar compulsivamente -, porventura também pela onda de críticas dos espectadores a Emilia Pérez ao longo dos últimos meses, Zoe Saldaña foi veemente nos agradecimentos, entre os quais ao realizador: "Jacques Audiard, tornaste-e uma personalidade para sempre querida na minha vida. Obrigado por teres sido tão curioso em relação a estas mulheres [personagens do filme]".

Já a chorar compulsivamente, Saldaña dedicou palavras enamoradas ao marido e lembrou que a avó "chegou a este país em 1961". "Sou orgulhosamente filha de imigrantes", acrescentou, vincando a satisfação por receber um prémio "por um papel em que falo em espanhol": "A minha avó ficaria tão feliz."

Kieran Culkin e Zoe Saldaña eram vencedores esperados, ao contrário de Mikey Madison, e Adrien Brody juntou-se-lhes no lote de confirmações. Timothée Chalamet pode ainda ter sonhado com o Óscar de Melhor Ator pela interpretação de Bob Dylan em A Complete Unknown, mas o prémio foi mesmo para o favorito Brody, que graças ao desempenho como arquite

to judeu László Tóth em O Brutalista venceu a segunda estatueta de Melhor Ator na carreira. Brody não só preservou, assim, o recorde de mais jovem a vencer a categoria (Chalamet poderia ter ficado com o recorde), como conseguiu a segunda vitória em duas nomeações, depois de ganhar, aos 29 anos, com O Pianista. Desta vez, porém, foi preciso recorrer a Inteligência Artificial para que o sotaque húngaro de Brody soasse como soa.

Num discurso longo, em que pediu (ou ordenou) que a música que encerra os discursos parasse de tocar, Brody falou sobre a representação, "uma profissão muito frágil", e sobre a "perspetiva" que ganhou desde o Óscar anterior: "Não importa o que conquistas, tudo pode desaparecer. A compreensão desse facto e a gratidão por poder continuar a fazer o que amo são as coisas mais importantes para mim", apontou o ator.

Já depois da música se começar a ouvir, enviando-o de volta para a plateia, e de Brody pedir que esta parasse, prometendo concluir com brevidade, o protagonista de O Brutalista falou sobre os temas do filme, "os traumas da guerra", o "antisemitismo" e o "racismo": "Rezo para que o mundo seja mais saudável e mais inclusivo. Se o passado nos pode ensinar alguma coisa é: não deixemos de apontar o dedo ao ódio. Lutemos pelo que é justo".

A surpresa Flow, outro indie a ganhar

Na categoria Melhor Filme de Animação, uma surpresa: Flow, filme indie feito na Letónia, bateu favoritos de grandes estúdios, como Robot Selvagem e Divertida-mente 2, o que fez o seu realizador Gints Zilbalodis agradecer "à minha mãe, aos meus cães e aos meus gatos" e defender que o Óscar "abre as portas à animação independente em todo o mundo".

As restantes categorias, algumas das quais convencionalmente descritas como "categorias técnicas", permitiram distribuir Óscares por vários filmes. O prémio de Melhor Guarda-Roupa, por exemplo, enalteceu o trabalho de Paul Tazewell em Wicked. Tazewell recebeu o prémio emocionado, ovacionado como poucos vencedores, e fez um discurso invejável, emocionado e conciso, lembrando que é "o primeiro homem negro a vencer" esta categoria - a primeira mulher negra a vencer foi Ruth E. Carter, com Black Panther, em 2018, e Black Panther: Wakanda Forever, em 2022. Um raro caso em que a Academia premiou uma mulher antes de premiar um homem.

A Substância, protagonizado por Demi Moore, venceu Melhor Categorização (ou Melhor Maquilhagem e Cabelos) e Wicked juntou a Melhor Guarda-Roupa o Óscar de melhor Design de Produção (categoria em tempos conhecida como Direção de Arte). 

O Óscar de Melhor Fotografia foi entregue a O Brutalista e o de Melhor Montagem a Anora, o que levou o responsável pela edição, o realizador Sean Baker, a brincar com esse duplo papel que teve no filme (a que juntou outros, como guionista e produtor): "Meu Deus, se vissem os brutos… eu salvei este filme na montagem, acreditem em mim. Aquele realizador nunca mais devia trabalhar." Baker aludiu ainda aos outros três seres vivos que permitiu "que estivessem na sala de edição": dois produtores e "o meu cão, que me deu dicas bastante boas".

A noite ficou ainda marcada pelo habitual In Memoriam, secção de homenagem a personalidades do mundo das artes que morreram desde a cerimónia anterior de entrega dos Óscar, por uma homenagem de Morgan Freeman ao "ator e amigo" Gene Hackman, recentemente falecido, por um tributo musical à saga James Bond e pela notoriedade de alguns dos principais apresentadores de categorias, como Mick Jagger, que entregou o Óscar de Melhor Canção Original, e Quentin Tarantino, que entregou o galardão de Melhor Realizador.

Consulte aqui todos os vencedores da 97.ª edição dos Óscares:

Melhor Filme

  • Anora
  • O Brutalista
  • A Complete Unknown
  • Conclave
  • Dune - Duna: Parte Dois
  • Emilia Pérez
  • Ainda Estou Aqui
  • Nickel Boys
  • A Substância
  • Wicked

Melhor Realizador

  • Sean Baker - Anora
  • Brady Corbet - O Brutalista
  • Jacques Audiard - Emilia Pérez
  • Coralie Fargeat - A Substância
  • James Mangold - A Complete Unknown

Melhor Argumento Original

  • Anora - Sean Baker
  • O Brutalista - Brady Corbet e Mona Fastvold
  • A Verdadeira Dor - Jesse Eisenberg
  • O Atentado de 5 de Setembro - Moritz Binder, Tim Fehlbaum, Alex David
  • A Substância - Coralie Fargeat

Melhor Argumento Adaptado

  • Conclave - Peter Straughan
  • Emilia Pérez - Jacques Audiard
  • Nickel Boys - RaMell Ross and Joslyn Barnes
  • A Complete Unknown - Jay Cocks and James Mangold
  • Sing Sing - Clint Bentley and Greg Kwedar

Melhor Ator:

  • Adrien Brody - O Brutalista
  • Timothée Chalamet - A Complete Unknown
  • Colman Domingo - Sing Sing
  • Ralph Fiennes - Conclave
  • Sebastian Stan - The Apprentice - A História de Trump

Melhor atriz:

  • Mikey Madison - Anora
  • Demi Moore - A Substância
  • Cynthia Erivo - Wicked
  • Karla Sofía Gascón - Emilia Pérez
  • Fernanda Torres - Ainda Estou Aqui

Melhor atriz secundária:

  • Zoe Saldaña - Emilia Pérez
    • Monica Barbaro - A Complete Unknown
    • Ariana Grande - Wicked
    • Felicity Jones - O Brutalista
    • Isabella Rossellini - Conclave

Melhor Ator secundário:

  • Kieran Culkin - A Verdadeira Dor
  • Edward Norton - A Complete Unknown
  • Guy Pearce - O Brutalista
  • Jeremy Strong - The Apprentice - A História de Trump
  • Yura Borisov - Anora

Melhor Canção Original:

  • "El Mal" - Emilia Pérez
  • "Mi Camino" - Emilia Pérez
  • "Never Too Late" - Elton John: Never Too Late
  • "Like A Bird" - Sing Sing
  • "The Journey" - The Six Triple Eight

Melhor banda sonora original:

  • O Brutalista
  • Conclave
  • Emilia Pérez
  • Wicked
  • Robot Selvagem

Melhor Filme Internacional:

  • Ainda Estou Aqui - Brasil
  • A Rapariga da Agulha - Dinamarca
  • Emilia Pérez - França
  • A Semente do Figo Sagrado - Alemanha
  • Flow - Letónia

Melhor Filme de Animação:

  • Flow
  • Divertida-mente 2
  • Memórias de um Caracol
  • Wallace & Gromit: Vengeance Most Fowl
  • Robot Selvagem

Melhor Documentário

  • No Other Land
  • Porcelain War
  • Soundtrack to a Coup d'Etat
  • Black Box Diaries
  • Sugarcane

Melhor Guarda-Roupa:

  • Wicked
  • Nosferatu
  • A Complete Unknown
  • Conclave
  • Gladiador II

Melhor Caracterização:

  • A Substância
  • Wicked
  • A Different Man
  • Emilia Pérez
  • Nosferatu

Melhor design de produção:

  • Wicked
  • O Brutalista
  • Dune - Duna: Parte Dois
  • Nosferatu
  • Conclave

Melhor Som:

  • Dune - Duna: Parte Dois
  • Emilia Pérez
  • Wicked
  • Robot Selvagem
  • A Complete Unknown

Melhor Montagem:

  • Anora
  • O Brutalista
  • Conclave
  • Emilia Pérez
  • Wicked

Melhor Fotografia:

  • O Brutalista
  • Dune - Duna: Parte Dois
  • Emilia Pérez
  • Maria
  • Nosferatu

Melhores Efeitos Visuais:

  • Dune - Duna: Parte Dois
  • O Rei do Planeta dos Macacos
  • Wicked
  • Alien: Romulus
  • Better Man

Melhor curta em live-action:

  • I'm Not a Robot
  • The Last Ranger
  • A Lien
  • The Man Who Could Not Remain Silent
  • Anuj

Melhor curta de animação:

  • In the Shadow of the Cypress
  • Magic Candies
  • Wander to Wonder
  • Yuck!
  • Beautiful Men

Melhor Curta Documental:

  • The Only Girl in the Orchestra

Death by Numbers
I Am Ready, Warden
Incident
Instruments of a Beating Heart

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