O novo equipamento fica instalado num edifício do município de Lisboa, originalmente usado como armazém de alimentos, e alvo de uma profunda reabilitação conduzida pelo arquiteto João Luís Carrilho da Graça.
O projeto -- indicou a EGEAC-Lisboa Cultura, em maio - "nasce com a missão de preservar, estudar, ativar e partilhar a importante coleção privada do artista Julião Sarmento (1948--2021), constituída por cerca de 1.500 obras de arte, reunidas ao longo de décadas com um olhar singular e profundamente afetivo com a comunidade artística da qual era um dos protagonistas".
A obra, da responsabilidade da SRU -- Sociedade de Reabilitação Urbana, representou um investimento de seis milhões de euros, ao qual se somaram 500 mil euros assegurados pela EGEAC -- Lisboa Cultura.
Concebido por "um criador para outros criadores", o espaço apresenta-se como "um lugar de proximidade entre artistas, públicos, investigadores e comunidades, com uma programação que vai muito além das exposições temporárias", refere a EGEAC -- Lisboa Cultura.
No pavilhão, a organização espera que "as artes plásticas se encontrem com o cinema, a literatura, a performance, a música ou a moda, refletindo o espírito transversal que caracterizou a vida e a obra de Sarmento".
A cerimónia de inauguração acontece esta quarta-feira, com abertura de portas às 18h, na presença do presidente da autarquia, Carlos Moedas, seguido de um concerto pela artista Dorit Chrysler, que atuará com um 'theremin' - instrumento pioneiro da eletrónica em tempo real, que toma o nome do seu inventor, Louis Theremin.
A ideia de doar este acervo à Câmara Municipal surgiu depois de o artista ter exposto parte da sua coleção, em 2015, na mostra Afinidades Eletivas, dividida entre o então Museu da Eletricidade, integrado no atual Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT), e a Fundação Carmona e Costa, em Lisboa.
Ainda em vida, Julião Sarmento considerou que o Pavilhão Azul seria "perfeito" para receber a coleção, pela localização no eixo museológico de Belém.
Anunciado em 2017, o projeto de recuperação do edifício surgiu na sequência da assinatura de um protocolo de parceria entre o artista visual e a autarquia para cedência da coleção em troca do uso do espaço para a expor publicamente, e em 2024 seria assinado novo acordo entre a Associação Coleção Julião Sarmento e a EGEAC-Lisboa Cultura.