A Faculdade de Belas-Artes, como Escola ou Academia, tem mais de 180 anos de ensino de pintura, escultura e arquitectura. A Academia separa-se da Escola em 1881 (mantendo-se no mesmo edifício) - isto significa a existência de dois valiosíssimos espólios, uma rara colecção de obras de alunos e professores (e outros), como Santa-Rita Pintor, Veloso Salgado, Canova, Columbano, Soares dos Reis ou Pedro Cabrita Reis. São espólios a cuidar, em tempos de generalizada falta de verbas, com crowdfunding: foi já realizada uma 1.ª edição que permitiu recuperar gravuras de Bartolozzi e uma cena campestre (de 1903) do paisagista "etnográfico" Alves Cardoso, obra que está também exposta na 2.ª edição de Crowdfunding, agora patente, e tem uma particularidade: a inscrição, que se decidiu manter, "Viva a aliança operário-camponesa" (1974). Agora destaca-se a enorme tela da grande promessa da arte portuguesa de novecentos (prematuramente falecido e bolseiro em Paris), Ricardo Ruivo: Cristãos Fugindo de Nero (1907). A não perder.