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Mar Novo: a exposição sobre uma obra que nunca chegou a ser construída

O centenário do nascimento de Júlio Resende motivou a Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto a ressuscitar o projecto Mar Novo, que uniu o pintor ao escultor Barata Feyo e ao arquitecto João Andresen. Até 3 de Março será possível recordar uma obra que o Estado Novo sepultou à nascença, mas que nem por isso foi esquecida

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Edição de 5 a 11 de agosto
Filipa Vaz Teixeira 24 de dezembro de 2017 às 07:00
Jorge Miguel Gonçalves

Sophia de Mello Breyner eternizou a obra nunca construída no seu livro intituladoMar Novo(1958). Nele, a poetisa e irmã do arquitecto João Andresen escreveuPoema, inspirando-se nos painéis que Júlio Resende desenhou para o monumento que deveria ser - mas não foi - erguido em Sagres, vertendo a sua ausência em versos incisivos: "Quem são os vencedores desta agonia?/ Quem os senhores sombrios desta noite/ Onde se perde morre e se desvia/ A antiga linha clara e criadora/ Do nosso rosto voltado para o dia?" Já o arquitecto Nuno Teotónio Pereira, no artigo "Não haverá Mar Novo" publicado em 1956 pelo jornal Encontro, se referia a esta parceria de Resende, Feyo e Andresen como uma obra "sepultada nos armários e depósitos bafientos dos arquivos oficiais", mas que "permanecerá viva".

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