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Vencedor da Eurovisão 2024 devolve o troféu em protesto contra a participação de Israel

Nemo, o artista suíço consagrado no ano passado, anunciou a decisão nas redes sociais.

Mariana Taborda com Isabel Dantas 12 de dezembro de 2025 às 11:21
Nemo não concorda com a presença de Israel no concurso AP
O artista suíço Nemo, que ganhou a 68.ª edição do festival da Eurovisão em 2024, anunciou nas redes sociais que irá devolver o troféu vencedor à sede da União Europeia da Radiodifusão, responsável pela organização do festival, em protesto contra a participação de Israel na próxima edição do concurso.  Num vídeo divulgado na rede social Instagram, Nemo admite gratidão por toda a experiência e aprendizagens que adquiriu, mas diz que o troféu “já não tem lugar" na sua estante e será devolvido à União Europeia da Radiodifusão com a mensagem: “sigam aquilo que defendem”.   “A Eurovisão defende união, inclusão e dignidade para qualquer um e foram esses valores que tornaram [a competição da Eurovisão] tão importante para mim. Mas a participação contínua de Israel durante [...] um genocídio mostra que há um claro conflito entre os ideais defendidos e as decisões da UER. O concurso está a ser utilizado para branquear a imagem de uma nação acusada de maus atos severos enquanto a UER insiste que é um concurso sem tendência política. [...] E por isso decidi que vou enviar o meu troféu de volta para a sede da UER, em Genebra”.  Juntamente com o vídeo no Instagram, Nemo publicou também um texto resumindo a postura que tomou perante a organização e deixou um apelo para que as palavras e as ações da UER se alinhem.  "Se os valores que celebramos em palco não são os mesmos com que vivemos, até a canção mais bonita perde o significado.”   A decisão de devolver o troféu vem num contexto de boicote ao concurso da Eurovisão, cuja organização recusa excluir Israel como participante do concurso, como consequência à ofensiva militar na Faixa de Gaza, que provocou a morte de mais de 70 mil palestinianos.   Em protesto, já cinco países optaram por não participar na Eurovisão 2026: Irlanda, Espanha, Países Baixos, Eslovénia e mais recentemente, a Islândia. A RTP confirmou a presença de Portugal na próxima edição, na Áustria, no dia 4 de dezembro, e o canal de rádio e televisão público tem sido alvo de críticas e protestos, com 17 participantes do Festival da Canção a se recusarem a atuar no palco da Eurovisão, caso sejam selecionados.   A RTP garante que a estação irá “voltar a organizar o Festival da Canção e afirma que vai participar no Festival Eurovisão da Canção 2026, tal como a esmagadora maioria dos países membros da UER”. Em caso de boicote do representante português, a RTP explica que será escolhido outro artista para representar o país.  A posição da RTP foi contestada por uma Petição Pública - “Pela Retirada Imediata de Portugal do Festival Eurovisão da Canção e Enquanto Israel Participar” -, que já acumula mais de 24 mil assinaturas.  
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