Governo apresenta nova proposta sobre legislação laboral na quinta-feira
Proposta tem três pontos base: promoção da negociação colectiva, combate à precariedade e reforço da Autoridade para as Condições do Trabalho.
O ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva,revelou, esta terça-feira que vai apresentar a nova proposta do Governo sobre alterações à legislação laboral na quinta-feira, na próxima reunião da concertação social.
"Os parceiros enviaram um conjunto de comentários e de posições sobre a proposta que o Governo fez, estamos a analisá-los e iremos apresentar a nossa reacção aos parceiros na próxima reunião", disse o ministro aos jornalistas, à margem da apresentação do relatório anual sobre a evolução da negociação colectiva em 2017 do Centro de Relações Laborais (CRL).
Segundo explicou, a proposta tem três pontos base: um sobre a promoção da negociação colectiva, outro sobre o combate à precariedade e, por último, o reforço da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT).
O primeiro documento do Governo foi apresentado aos parceiros sociais há dois meses, mas as propostas poderão agora sofrer algumas mudanças, depois dos contributos dos parceiros sociais, admitiu Vieira da Silva.
O ministro disse ainda não fazer previsões sobre a possibilidade de um acordo sobre as alterações à legislação laboral entre Governo, confederações empresariais e centrais sindicais.
As alterações ao Código do Trabalho serão debatidas em 6 de Julho no parlamento.
Vieira da Silva disse ainda que o Governo não irá renovar o compromisso firmado entre os parceiros no ano passado de não denunciarem a caducidade das convenções colectivas, um compromisso que termina em Junho.
"O que aconteceu foi um compromisso assumido entre parceiros, esse compromisso tem um prazo, termina em meados do ano, não é intenção do Governo sugerir aos parceiros que façam um novo compromisso sobre essa questão", declarou Vieira da Silva.
Sobre os resultados do relatório apresentado pelo CRL, que nota o aumento das convenções colectivas em 2017, o ministro salientou que existe uma recuperação da negociação colectiva, mas admitiu que ainda há um caminho a percorrer, salientando que há sectores de actividade em que se verificam ainda "bloqueios".
A recuperação da negociação colectiva "é um caminho que compete sobretudo aos actores da negociação colectiva", ou seja, aos sindicatos e às empresas, sublinhou o governante durante a apresentação do relatório.
Segundo defendeu, "haverá sempre um espaço para a legislação produzir resultados favoráveis ao aumento da negociação colectiva, mas na verdade é mais difícil produzir consensos sobre que tipo de legislação é que a favorece".
"Não é possível numa sociedade democrática impor a negociação por decreto", salientou o ministro do Trabalho.
Segundo o relatório do CRL, o número de trabalhadores abrangidos por novas convenções colectivas em 2017 aumentou 9,5% face ao ano anterior para 820.883 e foram publicadas 208 convenções (acordos colectivos de trabalho, acordos de empresa e contratos colectivos), contra 146 em 2016.
Edições do Dia
Boas leituras!