Secções
Entrar

Férias marcadas? Pode haver greve da Ryanair em Julho

30 de junho de 2018 às 18:43

Os sindicatos europeus da tripulação de cabine da Ryanair vão reunir-se dia 5 de Julho para decidir a data de uma greve.

Os sindicatos europeus da tripulação de cabine da Ryanair vão reunir-se na quinta-feira para decidir a data de uma greve, que deverá ocorrer ainda em Julho, segundo o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC).

1 de 3
Foto: Reuters
Foto: Reuters
Foto: Reuters

No dia em que termina o prazo para a transportadora aérea de baixo custo responder às reivindicações dos sindicatos, Bruno Fialho, da direcção do SNPVAC, precisou que a reunião decorrerá na Bélgica para "ser emitida uma data de greve ainda no mês de Julho".

Até agora, as respostas da Ryanair "continuam a ser as mesmas, que é querer impor regras contrárias à lei portuguesa", criticou o dirigente sindical à agência Lusa, reportando-se às exigências para a empresa aplicar leis laborais nacionais e não as regras do seu país de origem, a Irlanda.

"A Ryanair tem de respeitar a soberania portuguesa e não respeita quer a portuguesa, como a espanhola ou a belga. Dia 05 iremos reunir e vamos anunciar as datas para a greve europeia", informou Bruno Fialho.

Também serão definidos os moldes de realização do protesto, com o SNPVAC a querer que "seja uma greve num só dia ou em vários dias feita ao mesmo tempo por todos os sindicatos dos vários países".

"Julgamos que isso será possível fazer e vamos ter que só acertar essas directivas com restantes sindicatos", disse.

Questionado se poderá haver substituição de trabalhadores como aconteceu na greve dos tripulantes portugueses no período da Páscoa, o sindicalista respondeu ser "impossível" essa situação.

"Havendo cinco países europeus a realizar a greve, será impossível haver substituição de grevistas, porque não podem ir buscar pessoal a mais lado nenhum", notou.

A Ryanair tem estado envolvida numa polémica desde a greve dos tripulantes de cabine de bases portuguesas por ter recorrido a trabalhadores de outras bases para minimizar o impacto da paralisação, que durou três dias, no início de Abril.

As alegadas substituições ilegais levaram à intervenção da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT).

Hoje, Bruno Fialho referiu à Lusa que o sindicato continua a ser contactado pela ACT, como aconteceu na passada quarta-feira com uma notificação para responder a várias questões.

"A ACT está a fazer um excelente trabalho e não quer que nada se perca por questões processuais. O final desse trabalho está a tardar porque, efectivamente, quando passamos para as questões jurídico-legais tudo é possível. E a ACT quer colocar um processo inatacável na base processual", afirmou.

Contactada pela Lusa, a companhia aérea tem-se escusado a fazer comentários sobre o final do prazo dado pelos sindicatos.

No final de maio, os sindicatos que representam a maioria dos tripulantes de cabine da Ryanair na Europa reuniram-se em Madrid e fizeram um ultimato à companhia aérea para que "cumpra as leis laborais em cada país", caso contrário, avançariam para a greve.

"O dia 30 de Junho é o prazo limite para a Ryanair responder às nossas exigências", informava, nessa altura, Bruno Fialho.

Em entrevista à Lusa, a 11 de Abril, o presidente executivo da Ryanair, Michael O'Leary, garantia que os trabalhadores da transportadora aérea em Portugal preferem continuar com contratos sob a lei irlandesa, uma vez que ganham mais e têm mais dias de licença maternal.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela