Secções
Entrar

Falta de recursos humanos com qualificações na área digital preocupa empresas

06 de junho de 2019 às 21:44

Cerca de 74% dos inquiridos da amostra considera ainda que os gestores de topo não têm conhecimento suficiente sobre experiências digitais para que possam identificar as oportunidades que existem.

A falta de recursos humanos com qualificações ao nível do digital é uma realidade que preocupa 74% dos líderes de opinião nesta área, segundo um estudo da consultora EY apresentado esta quinta-feira em Lisboa.

De acordo com o estudo "Portugal Digital", outra preocupação manifestada por 79% dos líderes de opinião inquiridos é a falta de investimento das empresas portuguesas no desenvolvimento da experiência digital dos seus clientes.

"Atendendo à elevada adesão dos consumidores nacionais a soluções de mobilidade, muitas empresas estão a passar ao lado da oportunidade de aumentar a captação e retenção de clientes, levando em muitos casos a que estes encontrem alternativas fora de Portugal", lê-se no estudo baseado numa amostra composta por 37 respostas a cargos de topo em empresas relacionados com este tipo de projetos.

Cerca de 74% da amostra considera ainda que os gestores de topo não têm conhecimento suficiente sobre experiências digitais para que possam identificar as oportunidades que existem e definir estratégias de sucesso nesta área.

Sobre os hábitos digitais dos consumidores portugueses, o estudo refere que 86% dos 500 consumidores inquiridos por via eletrónica, usa regularmente 'smartphones' ou 'tablets' na rua, na casa de banho e também enquanto vê televisão, sendo que 28% assumem-se dependentes dos smartphones, sobretudo os mais novos.

"Este estudo mostra-nos que a maioria dos portugueses já adotou um estilo de vida digital, utiliza intensivamente dispositivos móveis e procura incessantemente conteúdos online, particularmente através das redes sociais, mas também já com interesse no comércio eletrónico", comentou Bruno Padinha, da EY.

O responsável referiu ainda que "os consumidores portugueses pedem um Estado mais interventivo face às avaliações negativas das medidas de proteção existentes, uma questão apontada maioritariamente pelos jovens e mulheres".

Segundo o estudo, 45% dos consumidores inquiridos consideram que Portugal está ligeiramente ou muito atrasado face a outros países desenvolvidos na área do digital, com apenas 32% a avaliar positivamente a experiência digital na relação com o Estado e serviços públicos.

A presidente do Conselho das Finanças Públicas, Nazaré Costa Cabral, que interveio na conferência para falar sobre o futuro do trabalho na revolução digital, defendeu que é preciso olhar para o impacto que "a acentuação nos últimos anos" das formas de emprego não convencionais vão ter na Segurança Social.

Para Nazaré Costa Cabral, o sistema de Segurança Social tem de estar preparado para as novas profissões que são mais flexíveis e intermitentes e onde muitos trabalhadores têm várias entidades contratantes.

"Estas oscilações podem levar a que haja insegurança económica" tanto ao nível das prestações imediatas como das pensões, uma vez que as carreiras contributivas serão marcadas por "hiatos contributivos que é preciso encarar", defendeu a presidente do CFP, lembrando que, em vários países europeus, os sistemas públicos "já se estão a preparar" para este "desafio".

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela