Las Palmas com bandeira espanhola no equipamento frente ao Barcelona
O clube insular considera que, face à conjuntura política, este jogo "é algo mais do que uma data desportiva para cumprir calendário".
O Las Palmas vai usar uma pequena bandeira espanhola nos equipamentos no encontro frente ao FC Barcelona, assumindo uma posição clara no dia do referendo pela independência da Catalunha. Em comunicado, o clube insular considera que, face à conjuntura política, este jogo "é algo mais do que uma data desportiva para cumprir calendário".
"A UD Las Palmas poderia ter-se limitado a ser uma testemunha muda nesta encruzilhada histórica ou tomar partido. Decidimo-nos pelo segundo", lê-se no comunicado.
Assim, o clube decidiu "bordar na sua camisola uma pequena bandeira espanhola" e considerou que a data de hoje serve para testemunhar "a sua esperança no futuro deste país e na boa vontade daqueles com quem convivemos nele, em busca do melhor entendimento".
"Por muito longe que esteja o Estádio Gran Canaria, nunca sentimos a menor tentação de fazer parte de um país que não seja este. E por muito complexa que seja a situação, sempre confiámos que saberemos simplificá-la para a entender melhor e encontrar soluções", acrescenta o clube.
Desta forma, o Las Palmas diz que, com este gesto, vota "de forma inequívoca numa imaginária consulta" para a qual não foi convocado, reiterando que acredita "na unidade de Espanha".
"Fazemo-lo com a autoridade moral que quiseram conceder à região mais distante da capital deste reino. Fazemo-lo para dizer ao mundo que sentimos dor pelo que se está a passar. Fazemo-lo confiando que a ninguém vai incomodar este gesto. Como nunca nos incomodou ver ondearsenyeras[bandeira da Catalunha] na bancada, estendidas no relvado ou envolvendo o corpo dos nossos rivais, que, uma vez terminado o encontro, são compatriotas que nos enchem de orgulho por formarem parte de uma das melhores equipas do mundo ou uma das melhores selecções do planeta", escreve o clube.
Os catalães apoiantes da independência da região estão hoje a tentar votar num referendo suspenso no início do mês pelo Tribunal Constitucional espanhol e as autoridades de Madrid a tentarem impedir a realização da consulta popular com milhares de agentes da Polícia Nacional e Guardia Civil na rua.
Centenas de eleitores, na maioria pró-independência, começaram ainda de madrugada a formar filas em frente às escolas onde foram instaladas assembleias de voto - ocupadas há dois dias por populares que queriam garantir a votação de hoje - para evitar que estes locais fossem fechados pela polícia.
Edições do Dia
Boas leituras!