Sábado – Pense por si

As damas da alta sociedade na Primeira Guerra

Rita Garcia 08 de janeiro de 2015 às 00:00

Durante o conflito de 1914-18, a Cruz Vermelha construiu um hospital de campanha em França e tornou-se pioneira ao enviar um contingente de mulheres para tratar dos soldados nacionais. Elas nunca os deixaram. Mesmo quando só lhes restava vê-los morrer

Antes de partir para a guerra, Maria Antónia Ferreira Pinto Basto já tinha fama de ser difícil. Enviuvara depois de um casamento conturbado com um marido demasiado mulherengo para o gosto dela. Os dois nunca tiveram filhos nem se divorciaram, mas viveram anos em cidades diferentes por incompatibilidade de feitios. Na alta sociedade lisboeta, Maria Antónia era conhecida por ser dura e inflexível. Em casa também. Os sobrinhos nunca sabiam bem aquilo de que a tia era capaz. No dia em que um dos seus favoritos lhe apresentou a futura mulher, ela tratou de a pôr à prova. Poupou-a a perguntas incómodas e a olhares de desdém. Fez-lhe apenas um pedido: "Mostre-me os seus dentes." Ninguém ousava dizer-lhe que não. Era de alguém assim que a Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) precisava para chefiar a missão que estava prestes a lançar.

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