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Visualizações de conteúdo antissemita e racista no Instagram quadruplicaram em seis meses

Lusa 02 de dezembro de 2025 às 10:53

Segundo o relatório "Ódio à venda - Como o Instagram permite que vendedores de mercadorias odiosas alcancem mil milhões de visualizações"

As novas políticas de moderação de conteúdo da Meta quadruplicaram as visualizações de matérias antissemitas e racistas no Instagram, passando de 220 milhões para 826 milhões em seis meses, revela um relatório.
Instagram AP Photo/Michael Dwyer, File
O relatório "Ódio à venda - Como o Instagram permite que vendedores de mercadorias odiosas alcancem mil milhões de visualizações", afirma que a rede social Instagram está a alimentar uma economia digital de ódio, com a promoção de conteúdo antissemita e racista. De acordo com o relatório do Centro de Combate ao Ódio Digital (CCDH, sigla em inglês), "apesar de violarem as políticas da Meta contra discurso de ódio, essas contas foram recomendadas pelos algoritmos do Instagram e acumularam, no total, 1,5 mil milhões de visualizações". A organização revela que seis das 11 contas estudadas viram as suas visualizações quase quadruplicar depois das mudanças na moderação de conteúdos implementadas pela 'gigante' da tecnologia, passando de 220 milhões para 826 milhões em seis meses. "Esta quase quadruplicação das visualizações indica que o corte da Meta nas políticas de moderação de conteúdo e deteção automática teve um efeito turbo na visibilidade de conteúdo de ódio no Instagram", lê-se no relatório. Além disso, a ONG salienta que existem plataformas de comércio eletrónico envolvidas na venda de mercadorias racistas promovidas na rede social. "Exemplos de mercadorias odiosas à venda incluem roupas com simbolismo nazi, 'slogans' racistas e apelos para que os negros 'voltem para o campo'. O algoritmo do Instagram promove e recomenda estas contas vinculando-as a plataformas de comércio eletrónico que possibilitam a venda de mercadorias odiosas", refere o relatório. Neste sentido, a organização alerta para a forma como "o ódio está a tornar-se cada vez mais lucrativo", uma vez que apenas uma destas contas afirma ter processado 30.000 encomendas, sugerindo uma receita de cerca de 839.700 dólares. "As redes sociais e as plataformas de comércio eletrónico devem deixar de fornecer o serviço que transforma o ódio em lucro", remata a organização no relatório.
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