Instituto da Segurança Social considera que não se justifica, para já, o encerramento do serviço de Vila Franca de Xira, onde surgiram quatro casos de cancro. Sindicato mantém greve que arranca amanhã.
Segurança Social pede análise a amianto mas trabalhadores mantêm greve
O Instituto da Segurança Social (ISS) afirma que pediu ao Instituto Ricardo Jorge uma avaliação à perigosidade do amianto existente no serviço de Vila Franca de Xira. O Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas considera que face aos casos de cancro diagnosticados nos últimos dois anos esta resposta é insuficiente e mantém a greve ao tempo indeterminado que arranca esta terça-feira, dia 1 de Março.De acordo com Alcides Teles, dirigente do Sindicato, dos 41 funcionários que trabalham no local 18 apresentam patalogias relacionadas com alergias, problemas respiratórios e problemas cancerígenos. "Estes são os detectados; os outros não se sabe. Estão em causa doenças que se desenvolvem ao longo dos anos. Só entre o final de 2014 e o ano de 2015 foram diagnosticados quatro casos de cancro", afirma, em declarações ao NegóciosContactado pelo Negócios, o Instituto da Segurança Social (ISS) explicou esta segunda-feira que já pediu ao Instituto Ricardo Jorge "avaliação da tipologia e perigosidade do amianto existente no local". "O Instituto Ricardo Jorge está a proceder à recolha de elementos para análise, a qual estará concluída no período máximo de 45 dias", indica fonte oficial. Além disso, já foi adjudicada a reparação das unidades de tratamento de ar e outras obras necessárias, bem como a "resolução dos constrangimentos gerados pelo excesso de papel, tendo sido já efetuado o respetivo expurgo"."Reconhecendo-se que o local pode não deter as melhores condições, particularmente de acessibilidade, foi já realizada reunião com a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, que não detendo nenhum espaço que possa facultar ao ISS,IP, se disponibilizou para avaliar com o ISS, IP eventuais espaços alternativos detidos por entidades terceiras". No entanto, "é entendimento do Conselho Diretivo do ISS, IP, que só se justificará a transferência de instalações caso a análise do Instituto Ricardo Jorge à existência de amianto no local e à segunda análise à qualidade do ar após a conclusão das intervenções aprazadas para o local, se mostrem infrutíferas na superação dos problemas que actualmente subsistem". O Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais afirma que o problema está diagnosticado há vários anos e que não aceita uma solução que não passe pelo encerramento do serviço. "Mantém-se a greve e a concentração dos trabalhadores a partir das 8h45 de amanhã. O serviço tem de ser encerrado, as pessoas não podem estar a adoecer a trabalhar. Não é uma situação nova, é altura de ser resolvida", afirma o dirigente Alcides Teles.Segundo explica, já em 1998 os problemas que hoje são relatados levaram ao encerramento das instalações. "Fizeram obras nas condutas do ar – problema que era identificado e que agora parece que era o mesmo – e reabriram em 2002. De lá para cá os trabalhadores continuam a adoecer. Um dos problemas detectados pela empresa que o ISS contratou em Novembro continua a ser o problema de circulação do ar, ou seja, o mesmo que já havia em 1998. Por mais obras que se façam aquelas instalações não têm condições para funcionar, não têm uma entrada de ar".
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