Radicais brasileiros declaram lealdade ao Daesh

Por Correio da Manhã

A poucos dias do início dos Jogos Olímpicos, que começam a 5 de Agosto no Rio de Janeiro, a apreensão das autoridades brasileiras com um eventual ataque terrorista aumentou substancialmente com o anúncio da existência no país de um grupo islâmico radical.

O grupo extremista, desconhecido até agora, anunciou a sua existência e declarou lealdade e submissão absoluta ao líder do Daesh, Abu Bakr Al-Baghdadi.

Quem descobriu e divulgou a existência do grupo no Brasil foi a especialista norte-americana Rita Katz. Segundo ela, o grupo jihadista brasileiro é o primeiro do género na América do Sul e tenta aproveitar a proximidade da prova para se dar a conhecer.

Polícia em alerta máximo
Mas os alegados jihadistas brasileiros, que criaram um canal próprio numa rede social, foram mais além do simples anúncio da sua existência e já fizeram ameaças concretas ao governo do presidente Michel Temer e aos Jogos Olímpicos.

Embora sem anunciarem que levarão a cabo qualquer ação terrorista durante os Jogos, os radicais ironizaram os esforços do governo e o esquema de segurança montado para o Rio 2016, afirmando que se nem a França, com polícia e serviços de inteligência fortemente treinados conseguiu evitar atentados.

Encarada até há algumas semanas como uma hipótese extremamente improvável, a eventual ocorrência de atentados terroristas durante os Jogos Olímpicos começou a ser levada a sério pelas autoridades brasileiras face à sucessão de atentados pelo mundo, como o de Nice, na França, e de novas informações surgidas.







Na semana passada, por exemplo, a imprensa francesa noticiou que os serviços secretos daquele país tinham descoberto em maio um plano de um alegado terrorista brasileiro para atacar a delegação francesa durante o Rio 2016.

Nem o governo nem a ABIN, Agência Brasileira de Informações, dão detalhes sobre as acções que estão a ser tomadas, mas sexta-feira passada, sem qualquer explicação pública, agentes detiveram e deportaram sumariamente o físico franco-argelino Adlène Hicheur, que trabalhava legalmente desde 2013 como pesquisador convidado na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ele foi detido quando participava numa teleconferência, foi levado directamente para o Aeroporto Internacional do Galeão e embarcado à força num vôo para Paris.

Na noite de domingo, o programa Fantástico da TV Globo informou que o Brasil recusou vistos e documentos para a Rio 2016 solicitados por quatro estrangeiros ligados ao terrorismo e a outros 36 suspeitos de ligações a grupos extremistas.

Segundo a reportagem, citando fontes do Comando Integrado Anti-Terrorismo brasileiro, CIANT, esses suspeitos estão a ser acompanhados pelas autoridades dos países em que se encontram, para se evitar que tentem entrar ilegalmente no Brasil

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