Sábado – Pense por si

Os novos anarquistas

11 de fevereiro de 2011 às 11:45

Nestes últimos dias, a propósito de uma música dos Deolinda, gerou-se a ideia de que os jovens de hoje são passivos e incapazes de construir a sua história.

Compreende-se. Para a minha geração, que viveu o Maio de 68 e o 25 de Abril, revolução significa manifestações, barricadas, alguma violência e sobretudo organizar a revolta. Nessa perspetiva os jovens de agora surgem como demasiado acomodados a um sistema e uma economia que lhes é bastante desfavorável. Ficam-se pela casa dos pais, submetem-se a baixos e precários salários, resignam-se ao desemprego. Aparentam estar dispersos e desorganizados. A própria música em questão é um lamento mas não uma revolta. No "nosso tempo" o protesto exprimia-se em múltiplos atos de resistência ao fascismo e à guerra colonial, nas escolas, nas universidades, por vezes nas ruas e sobretudo na deserção em massa e fuga para o estrangeiro, facto que está por estudar e tem sido bastante ignorado. Ou seja, a vida nunca é fácil e a da minha geração não o foi certamente.

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