Depois de ditar o fim da queda do dólar, Goldman Sachs sobe preços do ouro

Por Paulo Moutinho - Jornal de Negócios

O Goldman Sachs, que acabou de decretar o fim da queda do dólar, reviu agora em alta o preço médio para o ouro. Apesar de continuar a ter uma visão negativa sobre o metal precioso, elevou as suas projecções para acompanhar a escalada da cotação da onça. Vê o valor, no máximo, nos 1.200 dólares.
O banco de investimento reviu as suas projecções a três, seis e 12 meses para a cotação do metal precioso. Elevou-as para 1.200, 1.180 e 1.150 dólares, respectivamente, dos 1.100, 1.050 e 1.000 dólares que antecipava, segundo a CNBC. É um aumento que, contudo, continua a apontar para valores aquém daqueles que se registam no mercado.
O ouro tem sido um dos activos que mais tem brilhado este ano. A onça regista uma valorização de mais de 20%, impulsionada pela volatilidade nos mercados accionistas. Seguia a cotar nos 1.274,65 dólares, avançando 0,7%, registando assim o segundo dia consecutivo de ganhos.
Além da revisão em alta das estimativas do Goldman Sachs, a puxar pelo metal está também o forte aumento do investimento em ETF que investem em ouro para o nível mais elevado desde Dezembro de 2013. "A entrada nos ETF seguiu a valorização em Abril", diz Jonathan Butler, estratego de metais preciosos no Mitsubishi Corp, citado pela Bloomberg.
A valorização do metal no mês passado, também à conta da perspectiva de que a Fed não suba os juros nos EUA, aumentou a aposta no ouro, sendo que Paul Singer, o multimilionário gestor de "hedge funds" acredita que o melhor trimestre em três décadas do ouro poderá marcar o início da recuperação do metal que já chegou a valer mais de 1.900 dólares.

---