Coreias à beira de declarar fim da guerra que dura oficialmente há quase 68 anos

Por Correio da Manhã

Os governos da Coreia do Norte e da Coreia do Sul estão a negociar um acordo para pôr fim à guerra que, oficialmente, dura entre os dois países há 68 anos. A imprensa sul coreana dá conta esta terça-feira que o encontro entre os líderes dos dois países previsto para o próximo dia 27 de abril servirá também para acordar os termos de um cessar fogo que nunca foi assinado.

"Os dois líderes [Kim Jong un e Moon Jae-in] acordaram na redução da tensão militar e no final dos confrontos", diz uma fonte do governo sul coreano citada pelo jornal Munhwa . Segundo a mesma fonte, o armistício tem três condições: a desnuclearização da península coreana, o estabelecimento da paz e o progresso nas relações entre as duas Coreias.Os dois países travaram um sangrento conflito entre junho de 1950 e junho de 1953, com a participação de tropas americanas do lado dos sul coreanos e o apoio de russos e chineses do lado dos vizinhos do norte.

As batalhas terminaram em 1953, mas nunca foi assinado o armistício e repetiram-se ao longo dos anos atos hostis entre as forças armadas dos dois países.

O jornal sul-coreano Munhwa Ilbo reporta que a assinatura do cessar-fogo significará o fim da zona desmilitarizada do paralelo 38 norte, uma faixa de terra de ninguém com 250 km de extensão,  que divide os dois países desde 1953.A guerra da Coreia ditou destinos bem diferentes para os dois países. Se o Sul avançou para a democracia, que trouxe o sucesso económico, no Norte consolidou-se o regime comunista liderado Kim il-Sung (que teve como sucessores o filho Kim Jong-il e agora o neto, Kim Jon-un) vive em condições de pobreza extrema para a maioria da população. O país que tem ameaçado o mundo com o seu poderio nuclear mostra agora sinais de abertura, depois de meses de braço de ferro com os vizinhos do Sul e com os EUA.

---