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"Apagões" levam a demissão de administração de elétrica do Texas

24 de fevereiro de 2021 às 07:49

A demissão seguiu-se ao anúncio pela comissão das infra-estruturas públicas do Texas de que irá investigar "os fatores que, juntamente com o devastador tempo de inverno, perturbaram o fornecimento de eletricidade" no Estado na semana passada. 

A administração da empresa gestora da rede elétrica do Texas demitiu-se na terça-feira, na sequência dos "apagões" que há uma semana deixaram milhões de pessoas sem eletricidade no Estado norte-americano durante uma vaga de frio.

Além da presidente do Conselho para a Fiabilidade Elétrica do Texas (ERCOT), Sally Talberg, demitiram-se o vice-presidente Peter Cramton e os administradores Raymond Hepper e Terry Bulger.

A demissão seguiu-se ao anúncio pela comissão das infra-estruturas públicas do Texas de que irá investigar "os fatores que, juntamente com o devastador tempo de inverno, perturbaram o fornecimento de eletricidade" no Estado na semana passada. 

O procurador geral do Texas, Ken Paxton, também já exigiu formalmente à ERCOT e produtoras de eletricidade do Estado cópias de comunicações relacionadas com a gestão da rede durante a tempestade.

Durante a tempestade, a ERCOT, que gere o fluxo de eletricidade no Estado para a rede de distribuição federal, fez cortes seletivos para equilibrar o fornecimento e utilização de energia.

A própria empresa admitiu que a rede quase sofreu uma "falha catastrófica" que teria levado a "apagões" descontrolados, situação que poderia levar meses a reparar.

O frio extremo começou a instalar-se no sul do país no fim-de-semana de 13 de fevereiro e prolongou-se cerca de uma semana.

Apesar dos alertas, as condições meteorológicas, que no Estado do Texas incluíram temperaturas de -18ºC e queda de neve, causaram enormes estragos, obrigando vários Estados a declarar emergência, incluindo Alabama, Oregon, Oklahoma, Kansas, Kentucky e Mississippi.

Segundo o Serviço Meteorológico Nacional (NWS, na sigla em inglês), mais de 150 milhões de pessoas vivem nas regiões afetadas por frio glacial, tempestades de neve e outras condições climatéricas extremas.

O impacto ao nível do fornecimento de eletricidade, água ou aquecimento - 4 milhões de pessoas foram afetadas por falhas - vítimas mortais e transportes está a levar a uma avaliação dos motivos para a impreparação para o impacto da intempérie, apesar dos alertas.

A fragilidade das infraestruturas e a falta de planeamento adequado à grandeza das extremas condições meteorológicas têm sido apontada por especialistas como motivos dos prejuízos registados, apesar de a tempestade ter sido prevista com mais de duas semanas de antecedência.

Os prejuízos da tempestade cobertos por seguro estão avaliados em 18.000 milhões de dólares, mas são apenas uma fração do total, segundo uma estimativa da empresa de avaliação de risco Karen Clark & Company. 

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