Eu sei que é difícil interessarmos-nos por mais uma revelação internacional de escândalos bancários ou fiscais. Mas é importante, por uma razão simples: continuamos a ser roubados.
O risco de revelações como a dos Pandora Papers é que a repetição dos abusos, mais do que escândalo, provoque enfado. Já se torna difícil distinguir defeito de feitio.
O frente a frente entre Ana Gomes e João Ferreira mais pareceu uma tertúlia de amigos, com convergência assumida e quase total. Quase, porque a poucos minutos do fim divergiram finalmente, sobre a Europa - e aí a conversa lá pareceu mesmo um debate. Mas foi pouco - durou uns minutos numa meia hora morna.
Rui Pinto, que se encontra em prisão preventiva, foi uma das três pessoas que recebeu o prémio para "Jornalistas, denunciantes e defensores do direito à informação".
Nos casos mais em cima, envolvendo o poder central e os grandes negócios, como as privatizações, aí há aspectos diferentes. A intermediação passa pelos serviços dos grandes escritórios de advogados, nacionais e estrangeiros, pelas empresas de consultoria, pela banca, pelos gabinetes e pelos assessores, tudo muito alcatifado e prudente
