Isto vai voltar a acontecer
O nevoeiro ético em que se move a política é uma fábrica de instabilidade crónica.
O nevoeiro ético em que se move a política é uma fábrica de instabilidade crónica.
Um líder impopular em busca de humanização e um partido em contrarrelógio, a escrever o programa em cima do joelho, enquanto a oposição interna afia facas. “O Largo do Rato tem andado numa parafernália”, diz um socialista. Como o PS quer construir a alternativa e os nomes ministeriáveis na cabeça do secretário-geral.
As buscas visaram dois processos de urbanismo, um relacionado com um hotel, outro com um hospital.
O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, será número um pelo Porto, e o das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, por Lisboa.
O cidadão primeiro-ministro age na esfera de uma grotesca ignorância ética e nem tem quem lhe diga que não deixa de ser ignóbil tamanha indigência moral, própria de quem desconhece em absoluto o seu próprio estado ignaro em matéria de valores.
Um partido “sem perceber”, ministros à espera de outra coisa, decisão só no núcleo duro, mendistas preocupados e a sensação de que tudo vai ficar na mesma - mas não melhor.
Depois de André Ventura ter denunciado uma empresa imobiliária do líder parlamentar do PSD, Hugo Soares disse que se trata de uma sociedade de advogados.
Em causa está a empresa Spinumviva da família de Luís Montenegro que "poderá beneficiar com a alteração à lei dos solos aprovada pelo Governo".
Questionado pela estação pública pela razão para ter vendido, o ministro sublinhou que foi por sua iniciativa para "afastar qualquer suspeita" e "cortar o mal pela raiz".
Em entrevista ao NOW, o líder do Chega disse ainda que o caso levanta sob o primeiro-ministro a suspeita de que alguém está "a passar dinheiro para essa empresa como forma de transmitir algum conforto financeiro" a Luís Montenegro.
Nos conflitos de interesses, como em tudo neste país, há filhos (e esposas) e há enteados. Há descartáveis e inamovíveis.
A possibilidade de atuar na compra e venda de casas e terrenos é só uma pequena parte do objeto empresarial de uma consultora cuja atuação é praticamente ilimitada – e que abre uma porta financeira, de escrutínio impossível, para potencial acesso ao primeiro-ministro, notam três analistas. Encerrar a empresa sanaria esta vulnerabilidade institucional.
André Ventura já falou com o Presidente da República.
Em causa está a empresa de compra e venda de imóveis que o primeiro-ministro fundou, e que tem agora como sócios a sua mulher e filhos.
O jornalista António Sérgio Azenha, autor da manchete do Correio da Manhã que deu a conhecer este caso, esteve no NOW a falar sobre a sua investigação e diz que é essencial perceber se há ou não um conflito entre o interesse público e o interesse particular da família do primeiro-ministro.
Em causa estão suspeitas de corrupção e de outros crimes económicos envolvendo o vereador, e vice-presidente, Paulo Esteves Ferreira, que tem os pelouros das obras municipais e o licenciamento de obras particulares.