
Quatro ativistas climáticos detidos em Lisboa por desobediência
Cerca de 50 ativistas climáticos manifestaram-se junto ao aeroporto de Lisboa num protesto para criar "disrupção da hora de pico dos voos".
Cerca de 50 ativistas climáticos manifestaram-se junto ao aeroporto de Lisboa num protesto para criar "disrupção da hora de pico dos voos".
Jovens tencionavam entrar dentro do edifício mas foram bloqueados pela polícia.
O grupo, com pelo menos cinco manifestantes, exibia cartazes a exigir o fim do fóssil até 2030, e gritou palavras como: "não vamos dar paz a este Governo que nos quer matar".
Estamos a assistir, em tempo real, à erosão acelerada da democracia e do Estado de Direito edificados no Ocidente do pós-Segunda Guerra Mundial. Mais do que os abomináveis eventos a que assistimos, é a reação das elites e o discurso público dominante que dão provas disso.
Este tipo de ações não violentas têm sido alvo de divergências e controvérsia no debate público. Independentemente de se concordar ou não com a operacionalização e comunicação das mesmas, é indubitável que as penas aplicadas a estes protestos não violentos são manifestamente desproporcionais.
"As manifestações de hoje protegem os direitos de amanhã", frisa Inês Subtil, coordenadora de investigação da Amnistia Internacional Portugal.
A narrativa da extrema-direita contra a ecologia punitiva, que tem tanto de simplista como de populista, é aquela que mais consegue capitalizar votos, convencendo aqueles a quem o sistema não soube dar resposta.
Desde manifestações, petições, a campanhas de sensibilização, vários atores intervieram para que esta lei fosse aprovada. E se muitas das vezes as suas ideias são postas em causa no debate público, vale a pena celebrar estas conquistas e relembrar que a sua influência nos meios políticos também pode fazer a diferença.
Numa boa parte da imaginação coletiva dos europeus continua a residir uma Europa mítica que já não existe – uma Europa da liberdade, dos direitos humanos e da prosperidade. Muitos dos europeus que se agarram a essa imagem são incapazes de identificar as profundas transformações em curso.
O parlamento suíço aprovou a rejeição da decisão do TEDH defendendo que a Suíça não precisava de reagir uma vez que já tem uma estratégia eficaz contra as alterações climáticas.
Cimeira Portuguesa do Clima realiza-se na quarta-feira, 29, em Oeiras.
A colisão entre o direito de manifestação e o crime de desobediência é o pano de fundo da maioria dos processos judiciais que, por cá, têm levado ativistas climáticos à sala de audiências.
A polícia está em força no bairro empresarial e financeiro de La Défense, onde a quarta maior empresa petrolífera do mundo e a maior de França em termos de lucros, celebra este ano o seu centenário, vai realizar a sua Assembleia Geral anual.
A resistência dos tribunais em interagir com a complexidade e o contexto é sintoma do profundo fracasso das instituições em lidar com um mundo em que a instabilidade e a disrupção são fatores inelimináveis.
A 9 de maio, oito estudantes foram detidos após terem ocupado por três dias a Faculdade de Psicologia num protesto contra a guerra na Faixa de Gaza e o uso de combustíveis fósseis.