Sábado – Pense por si

O vírus engoliu o otimista irritante

Maria Henrique Espada
Maria Henrique Espada 21 de março de 2020 às 16:19

O António Costa irritante, irritável e reativo de outras situações tensas recolheu em quarentena. Tem feito demonstrações diárias de humildade democrática, com uma paciência que talvez nem ele soubesse ter.

Às 22h00 de sexta-feira, dia 20, António Costa varreu a sala com os olhos, não havia mais perguntas, e iniciou o gesto para sair da conferência de imprensa após o Conselho de Ministros que detalhou o estado de emergência em curso. Ah, não: havia mais perguntas, "muito bem, da Rádio Renascença", proferiu, em tom quase apologético pela precipitação. Travou o passo e travou inclusive aquele sorriso irónico que às vezes exibe quando já perdeu a paciência para o interlocutor. E respondeu, em tom calmo, à pergunta. E depois a outra. E a outra. E a outra. E mais umas. Até não haver, mesmo, mais perguntas. E só então, quando o silêncio dos jornalistas o tornou claro, saiu de vez da sala.

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