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Tancos: Defesa de Amândio Marques satisfeita com depoimento de testemunhas

19 de fevereiro de 2020 às 13:24

Audiência ao diretor da Polícia Judiciária, Luis Neves e aos procuradores João Melo e Vitor Magalhães durou menos de uma hora. Arguido sublinha que desconhecia que "a PJM se encontrava impedida de investigar o caso".

A advogada de Amândio Marques, ex-diretor da Direção de Investigação Criminal (DIC) da GNR e arguido no processo de Tancos, disse hoje que ficou satisfeita com o depoimento do diretor da PJ, do diretor adjunto e do procurador Vítor Magalhães.

"O que pretendíamos produzir foi produzido. Todo os factos que pusemos no Requerimento de Abertura de Instrução no que diz respeito às testemunhas foram confirmados e portanto estamos satisfeitos", disse Lúcia Dias no final da curta audiência de menos de uma hora no qual o diretor da PJ, Luis Neves e os procuradores João Melo e Vitor Magalhães foram ouvidos como testemunhas arroladas por Amândio Marques.

No requerimento, Amândio Marques indica que desconhecia que o apoio prestado pelos militares do Núcleo de Investigação Criminal (NIC) de Loulé era para investigar o caso do furto do armamento de Tancos, e que desconhecia que "a PJM se encontrava impedida de investigar tal caso".

O arguido ressalva a colaboração "pronta e inequívoca" que prestou ao Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) quando "a seu convite e por sua iniciativa" expressou aos procuradores e ao diretor da PJ "as suas desconfianças" face à versão que, quer o coronel Manuel Estalagem, quer os seus inferiores hierárquicos lhe haviam apresentado.

Em sua defesa, Amândio Marques sublinha ainda o facto de ter "denunciado" junto dos procuradores do DCIAP "as suas desconfianças para que, se assim o entendessem, investigassem".

Aos 23 arguidos do processo de Tancos são imputados crimes como terrorismo, associação criminosa, denegação de justiça, prevaricação, falsificação de documentos, tráfico de influência, abuso de poder, recetação e detenção de arma proibida.

Nove dos 23 arguidos foram acusados de planear e executar o furto do material militar dos paióis nacionais e os restantes 14, entre os quais o ex-ministro da Defesa Azeredo Lopes e Amândio Marques da encenação que esteve na base da recuperação do equipamento. O ex-ministro da Defesa foi acusado de prevaricação e denegação de justiça, abuso de poder e favorecimento pessoal.

O furto de material de guerra foi divulgado pelo Exército em 29 de junho de 2017 e, quatro meses depois, a Polícia Judiciária Militar (PJM) revelou o aparecimento do material furtado, na região da Chamusca, a 20 quilómetros de Tancos, em colaboração com elementos do núcleo de investigação criminal da GNR de Loulé, que a acusação colocou em causa.

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