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PS quer reunir na próxima semana com hospitais que têm urgências encerradas

Lusa 04 de agosto de 2024 às 15:23

Para João Paulo Correia, a situação que se vive no Serviço Nacional de Saúde mostra que "o plano de emergência apresentado pelo Governo para a área da saúde está a falhar", o que considerou ser "manifestamente preocupante, porque tem atingido milhares de pessoas que procuram o SNS diariamente".

O Partido Socialista anunciou este domingo que vai pedir reuniões na próxima semana com os hospitais que estão com urgências encerradas e apelou ao primeiro-ministro para que apresente medidas que respondam às dificuldades do Serviço Nacional de Saúde.

O anúncio foi feito à agência Lusa pelo coordenador do Grupo Parlamentar do PS para a área da saúde, João Paulo Correia, na sequência do encerramento este fim de semana de mais de 10 urgências de Ginecologia/Obstetrícia e de Pediatria no País.

"Face à gravidade dos problemas que o SNS está a enfrentar, o grupo parlamentar do PS vai pedir reuniões com as administrações destas ULS [Unidades Locais de Saúde] e vai pedir para que essas reuniões aconteçam na próxima semana", disse João Paulo Correia. Segundo o coordenador, estas reuniões irão permitir "chegar a um nível de informação" que o PS considera que "é importante passar para o público e para a opinião pública".

Para João Paulo Correia, a situação que se vive no Serviço Nacional de Saúde mostra que "o plano de emergência apresentado pelo Governo para a área da saúde está a falhar", o que considerou ser "manifestamente preocupante, porque tem atingido milhares de pessoas que procuram o SNS diariamente".

"O encerramento das urgências pediátricas, de obstetrícia, ginecologia em alguns hospitais do País, longe daquilo do que era o esperado, mostram que as medidas do plano de emergência para a saúde não estão a responder àquilo que foi o prometido e isto também se deve à falta de planeamento e de programação por parte da nova Direção Executiva", criticou.

O deputado socialista considerou preocupante a "postura reativa" da nova Direção Executiva do SNS, "o silêncio" da ministra da Saúde nas últimas semanas, assim como o Governo ainda não ter conseguido chegar a acordo com os profissionais de saúde, o que disse acrescentar "ainda mais instabilidade ao dia-a-dia do SNS".

"Perante o silêncio da senhora ministra da Saúde, de uma nova Direção Executiva que não é capaz de planear e programar, o grupo parlamentar do PS entende que o primeiro-ministro deve dar uma explicação aos portugueses sobre os falhanços da governação na área da saúde e, acima de tudo, dar garantias sobre aquilo que o Governo pensa fazer no imediato, porque as próximas semanas, o mês de agosto e também o mês de setembro antecipam-se como muito problemáticos em muitos hospitais do país", alertou.

Para João Paulo Correia, "o Governo não tem desculpas para estas falhas", uma vez que as dificuldades que o SNS vive na altura de verão, devido à falta de médicos para assegurar as escalas, "não é nada de novo".

Mas, vincou, "os problemas superam aquilo que era a antecipação das dificuldades que o SNS enfrenta durante o verão", frisando que "o plano de verão que o Governo também prometeu para esta altura, já se percebeu que não existe, ou se existe, falhou redondamente".

Perante esta situação, o coordenador reiterou que o chefe do Governo, Luís Montenegro, "não pode continuar sem dar uma explicação ao país", e deve "apresentar medidas que, de facto, respondam às dificuldades do SNS, conforme prometeu na altura da campanha eleitoral".

Disse ainda que o que está a acontecer vem na linha dos alertas dados pela Ordem dos Enfermeiros, pela Ordem dos Médicos e pelos sindicatos da área da saúde.

"Tudo aquilo que está a acontecer tem confirmado os piores receios vindos de entidades que não são entidades políticas, mas são entidades que operam no setor", comentou João Paulo Correia, considerando o exemplo "mais assustador" haver grávidas a ter os seus filhos a 200 quilómetros de distância.

Realçou que o caso do Hospital de Leiria - onde existem constrangimentos na Urgência Ginecológica/Obstétrica até 19 de agosto e onde, a partir de segunda-feira, não é disponibilizado qualquer atendimento urgente nesta área - "é alarmante e deve mobilizar o Governo ao mais alto nível".

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