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Os projectos que querem valorizar o território de Pedrógão Grande

16 de junho de 2018 às 20:53

Fundo de Apoio às Populações aposta em ideias para combater o isolamento na região, entre outros fins.

O Fundo de Apoio às Populações afectadas pelos incêndios de 2017, gerido pela Fundação Gulbenkian, aposta em projetos que reforcem as instituições locais, valorizem o potencial humano e procurem combater o isolamento na região.

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Foto: Carlos Barroso/Correio da Manhã
Foto: Vítor Mota/Cofina Media
Foto: Carlos Barroso/Correio da Manhã
Foto: Nuno André Ferreira/Cofina Media
Foto: Tiago Virgílio Pereira/Cofina Media

Depois do apoio à reconstrução de habitações com 1,4 milhões de euros, a prioridade do Fundo de Apoio às Populações e à Revitalização das Áreas Afectadas pelos Incêndios procura agora trabalhar no bem-estar da população e no reforço da capacidade das organizações locais.

"É o que vai ficar depois de os fundos desaparecerem. Quem cá fica são estas organizações [locais] e queremos deixá-las mais capacitadas e mais fortes para ajudar" as comunidades, sublinhou a directora do Programa Gulbenkian de Desenvolvimento Humano, Luísa Valle, que falava hoje de manhã, na sede da Associação de Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande.

Durante a manhã, foram apresentados vários projectos que procuram responder às questões apontadas por Luísa Valle.

No âmbito da resiliência do território em relação aos incêndios, foi apresentado um projecto da Escola Tecnológica e Profissional da Zona do Pinhal, para aliar a tecnologia ao combate aos fogos.

Nesse sentido, os alunos instalaram câmaras de videovigilância nas centrais das corporações de bombeiros locais, equiparam um carro dos bombeiros com câmaras e georreferenciação (além de um sistema de monitorização do nível da água e combustível) e ainda criaram um veículo de comando, a partir de uma roulotte, que pode funcionar como viatura de comando e comunicações no contexto de um incêndio.

O fundo apoia também com 254 mil euros a compra de equipamentos para instituições sem fins lucrativos da região e contribui com 974 mil euros para unidades de saúde das zonas afectadas pelos incêndios de 2017.

Nos projectos apoiados, ainda é possível registar um programa de rastreio à audição nas escolas, acompanhamento psicológico em stress pós-traumático nas escolas, projectos na área da cultura ou no combate ao isolamento.

Durante a manhã, foi também apresentado o projecto "Sorrisos de Porta em Porta", que procura levar cuidados de saúde oral à população da região afectada pelo incêndio de Pedrógão Grande, num trabalho da Associação Mundo a Sorrir, em parceria com alunos de Medicina Dentária da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.

Prevê-se que a iniciativa chegue a mais de 1.300 idosos.

O fundo gerido pela Fundação Calouste Gulbenkian conta com donativos da Caixa Geral de Depósitos, das celuloses Altri e Navigator e da companhia de aviação Easy Jet, entre outras instituições.

O incêndio que deflagrou há um ano em Pedrógão Grande (distrito de Leiria), em 17 de Junho, e alastrou a concelhos vizinhos provocou 66 mortos e cerca de 250 feridos.

As chamas, extintas uma semana depois, destruíram meio milhar de casas, 261 das quais habitações permanentes, e 50 empresas.

Em Outubro, os incêndios rurais que atingiram a região Centro fizeram 50 mortes, a que se somam outras cinco registadas noutros fogos, elevando para 121 o número total de mortos em 2017.

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