Ministro da Defesa no Parlamento para esclarecer falta de efectivos e contratos
A audição de Azeredo Lopes está prevista para as 18h30, na comissão parlamentar de Defesa Nacional, e foi pedida pelo PSD.
O ministro da Defesa Nacional vai quarta-feira ao parlamento para prestar esclarecimentos sobre as reais necessidades de efectivos para as missões das Forças Armadas e sobre o contrato de construção de navios da Marinha pela West Sea.
A audição de Azeredo Lopes está prevista para as 18h30, na comissão parlamentar de Defesa Nacional.
O problema da falta de efectivos militares foi levantado pelo CDS-PP que requereu a presença do ministro Azeredo Lopes após a divulgação parcial, no jornal Expresso, de um memorando confidencial subscrito por quatro chefes militares.
Os chefes de Estado-Maior do Exército e da Força Aérea, Rovisco Duarte e Manuel Rolo, e o então vice e actual chefe do Estado-Maior da Armada, Mendes Calado, advertiam para riscos não negligenciáveis face ao número de efectivos autorizados pela tutela, considerado inferior às necessidades.
Na altura, o deputado do CDS-PP João Rebelo manifestou "preocupação" face à tomada de posição das chefias militares e considerou que, na avaliação do problema, existem divergências com o ministro da Defesa, que urge clarificar.
De acordo com dados do Estado-Maior das Forças Armadas fornecidos à Lusa, em 31 de Dezembro de 2017 havia 27.948 efectivos militares.
No memorando, os chefes militares advertiam que o aumento de 200 vagas para militares face ao número autorizado para 2018 - destinados ao reforço ao combate aos fogos rurais - fica abaixo das 620 pedidas pelo conjunto dos ramos e configura uma "iniquidade" relativamente ao crescimento já anunciado para as forças de segurança e outros organismos.
Em comunicado divulgado no mesmo dia da publicação parcial do memorando, o Estado-Maior General das Forças Armadas garantiu que as missões não estão em risco.
Na audição agendada para quarta-feira, após o plenário, e a requerimento do PSD, José Azeredo Lopes vai também responder a perguntas dos deputados sobre o processo instaurado pela Comissão Europeia por "não aplicação ou aplicação incorrecta, da legislação da União Europeia em matéria de contratos públicos nos mercados da Defesa e Segurança".
Em causa está o contrato de ajuste directo com a West Sea S.A. [Viana do Castelo] para dois navios patrulha oceânicos (NPO) pelo anterior governo" -- navios "Sines" e "Setúbal", actualmente em construção.
Sobre esta matéria o BE propôs chamar o anterior ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, requerimento que foi também aprovado. Contudo, a audição não está ainda agendada.
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