Secções
Entrar

Ministério Público acusa bancária de se apoderar de quase 194 mil euros de clientes

26 de junho de 2019 às 18:37

Arguida investiu o dinheiro para "alcançar os objetivos comerciais da instituição", destacar-se e ser compensada financeiramente.

O Ministério Público acusou uma funcionária de um banco de se apoderar de quase 194.000 euros de contas de clientes da instituição bancária na qual trabalhava, anunciou a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL) esta quarta-feira.

Em nota publicada na página da internet, a PGDL indica que o MP requereu que a bancária seja julgada por um tribunal singular (só um juiz) pelos crimes de burla informática e nas comunicações, de falsidade informática, de falsificação, de abuso de confiança e de acesso ilegítimo.

A funcionária trabalhou na instituição bancária em causa entre 13 de maio de 2010 e 30 de junho de 2017.

"Em data anterior a 21 de maio de 2013, a arguida, conhecedora dos procedimentos bancários da instituição e beneficiando da facilidade de acesso às contas, sistemas informáticos e formulários utilizados, bem como da confiança que em si era depositada, quer pelos clientes, quer pela sua entidade patronal, decidiu apoderar-se das quantias monetárias existentes nas contas dos clientes com idade avançada e cujas contas apresentavam movimentos esporádicos e muito similares, e dos que, atenta a sua data de nascimento, certamente já haviam falecido", diz a PGDL.

Segundo o MP, a arguida "decidiu igualmente utilizar os valores depositados em tais contas para fazer aberturas, mobilizações e reembolsos de contas a prazo, subscrições e ordens de venda de Unidades de Participação de um Fundo, subscrições de produtos do banco e abertura de contas trânsito e de títulos".

O objetivo, de acordo com a acusação, seria o de "alcançar os objetivos comerciais da instituição e, dessa forma, se destacar enquanto colaboradora dentro da mesma e poder beneficiar de algum incentivo monetário que pudesse vir a ser atribuído para quem os atingisse".

Nesse sentido, "ou preenchia ela própria e assinava os documentos de suporte das operações que pretendia fazer como se da assinatura dos seus titulares se tratasse; ou adulterava o valor dos cheques após assinatura pelos titulares, ou dava-lhes a assinar os documentos depois de os ter preenchido mas sem lhes explicar o respetivo teor ou aproveitava uma circunstância em que esses clientes achassem estar a subscrever outro tipo de documentos para os levar a assiná-los",explica a PGDL.

Com esta atuação ilícita a bancária apoderou-se da quantia de 193.771 euros, "usando-a em seu proveito próprio".

A arguida encontra-se em liberdade e sujeita à medida de coação de Termo de Identidade e Residência.

A investigação foi efetuada sob a direção do MP na 5.ª Secção do Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela