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Incêndios: Ano 2020 regista segundo valor mais baixo dos últimos 10 anos

23 de julho de 2020 às 15:11

Relatório do ICNF indica que, entre 1 de janeiro e 15 de julho, deflagraram 3.383 incêndios, menos 1.907 do que as ocorrências de fogo registadas no mesmo período do ano passado.

O número de incêndios ocorridos este ano e até 15 de julho situa-se no segundo mais baixo dos últimos dez anos e a área ardida regista o quinto valor mais reduzido, segundo dados provisórios hoje divulgados.

O relatório do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) indica que, entre 01 de janeiro e 15 de julho, deflagraram 3.383 incêndios, menos 1.907 (menos 36%) do que as ocorrências de fogo registadas no mesmo período do ano passado, quando tinha ocorrido 5.290.

Segundo o ICNF, as chamas consumiram 9482 hectares (ha) até 15 de julho, entre povoamentos (3396 ha), matos (3123 ha) e agricultura (2963 ha), uma redução de cerca de 6% (menos 702 ha) em relação ao mesmo período de 2019.

"Comparando os valores do ano de 2020 com o histórico dos 10 anos anteriores, assinala-se que se registaram menos 54% de incêndios rurais e menos 54% de área ardida relativamente à média anual do período", refere o relatório, frisando que 2020 apresenta, até ao dia 15 de julho, "o segundo valor mais reduzido em número de incêndios e o quinto valor mais reduzido de área ardida desde 2010".

O mesmo documento indica também que 88% dos incêndios registados este ano tiveram uma área ardida inferior a um hectare, tendo ocorrido até à data dois fogos de maior dimensão, ou seja, com uma área superior ou igual a 1000 hectares, designadamente os que deflagraram nos concelhos de Aljezur (Faro) e Castro Verde (Beja).

Do total de 3.383 incêndios rurais verificados até 15 de julho, foram investigados 53% e atribuiu uma causa para 69%.

De acordo com o relatório, até à data, as causas mais frequentes são as queimas e queimadas (49%) e o incendiarismo - imputáveis (20%), representando os reacendimentos 8% do total, num valor inferior face à média dos 10 anos anteriores (13%).

Os dados provisórios do ICNF até 15 de julho indicam igualmente que o maior número de incêndios ocorreu nos distritos do Porto (796), Aveiro (266) e Viseu (242), mas, em qualquer dos casos, são maioritariamente de reduzida dimensão e não ultrapassam um hectare de área ardida).

Por sua vez, o distrito mais afetado pela área ardida é Faro, com 2826 hectares, cerca de 30% da área total ardida até à data, seguido de Beja com 2622 hectares (28% do total) e de Viseu com 911 hectares (10% do total).

O INCF sublinha que, até à data, o mês de julho é aquele que apresenta maior número de incêndios rurais, com um total de 1.324 incêndios, sendo também julho o que regista maior área ardida com 4915 hectares.

O relatório refere ainda que o valor de área ardida real (9482 ha) corresponde a 60% da "área ardida ponderada", o que significa que a área ardida no ano de 2020 é inferior à área ardida "expectável" tendo em conta a severidade meteorológica verificada, ou seja, com as temperaturas elevadas, vento forte, ausência de precipitação e humidade relativa baixa.

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