Secções
Entrar

Covid-19: Portugal desconhece se vai continuar a ter antiviral Remdesivir

01 de julho de 2020 às 18:20

Infarmed "pediu informação à empresa" sobre os 'stocks' disponíveis do medicamento, que é usado em Portugal de forma pontual em casos mais graves do novo coronavírus.

Portugal desconhece ainda se continuará a ter o antiviralRemdesivirpara dar a doentes com covid-19 depois de os Estados Unidos terem açambarcado três meses de produção do medicamento à empresa Gilead Sciences.

Em conferência de imprensa no Ministério da Saúde, a secretária de Estado Adjunta e da Saúde, Jamila Madeira, disse aos jornalistas que a autoridade nacional do Medicamento (Infarmed) "pediu informação à empresa" sobre os 'stocks' disponíveis do medicamento, que é usado em Portugal de forma pontual em casos mais graves de covid-19.

Os Estados Unidos compraram à empresa Gilead Sciences praticamente toda a reserva para três meses do medicamento remdesivir, o primeiro aprovado no país no tratamento de covid-19, anunciou na segunda-feira o departamento de saúde norte-americano.

Em comunicado, o departamento de saúde informa que "assegurou mais de 500 mil ciclos de tratamento do medicamento para hospitais americanos até setembro", o que equivale a "100% da produção prevista da Gilead para julho (94.200 ciclos), 90% da produção em agosto (174.900 ciclos) e 90% da produção em setembro (232.800 ciclos), além de uma verba para ensaios clínicos".

"Só com uma resposta do lado da empresa é que conseguiremos adiantar se este recurso, nos termos em que estava a ser utilizado em Portugal, está salvaguardado", disse Jamila Madeira.

O medicamento, com uma autorização especial de utilização, "está disponível desde o primeiro dia da pandemia em Portugal", referiu, acrescentando que todos os médicos que consideraram que seria útil o puderam pedir e utilizar nos seus pacientes.

Na semana passada, a ministra da Saúde, Marta Temido afirmou que Portugal estava a discutir com a empresa o acesso e preços de compra do antiviral, para o qual a Agência Europeia de Medicamentos (AEM) já recomendou uma autorização de mercado na União Europeia, a primeira para um medicamento contra a covid-19.

A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, indicou que os hospitais ativaram o programa de acesso precoce e têm usado o Remdesivir "para doentes graves".

A Direção-Geral da Saúde assinala que o medicamento "foi útil na área pediátrica, foi rápido e fácil o acesso e nas crianças que o utilizaram, correu bem".

A recomendação do comité para medicamentos para uso humano da AEM destina-se ao uso de Remdesivir em doentes com covid-19 adultos e jovens com mais de 12 anos e que sofram ainda de pneumonia e necessitem de receber oxigénio.

Portugal contabiliza pelo menos 1.579 mortos associados à covid-19 em 42.454 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela