Secções
Entrar

Chega tem de decidir se adere a queixa do seu deputado contra Eva Cruzeiro

Lusa 17 de novembro de 2025 às 10:15

Presidente da Assembleia deu 48 horas ao Chega para decidir se apoia a queixa de Filipe Melo contra a deputada do PS.

O líder parlamentar do Chega, Pedro Pinto, tem 48 horas para esclarecer se adere à queixa apresentada pelo seu colega de bancada Filipe Melo contra a deputada socialista Eva Cruzeiro, refere um despacho do presidente do parlamento.
Chega decide sobre queixa de Filipe Melo contra Eva Cruzeiro na Assembleia da República MIGUEL A. LOPES/LUSA
Na sexta-feira, Filipe Melo apresentou uma queixa formal ao presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, por Eva Cruzeiro ter qualificado os deputados do Grupo Parlamentar do Chega como "racistas", "xenófobos" e pertencentes a um partido que "nem sequer deveria existir" à luz da Constituição. Ora, de acordo com José Pedro Aguiar-Branco, "para a adequada aferição da legitimidade substantiva da participação, impõe-se, antes de mais, esclarecer se a iniciativa se configura como uma manifestação pessoal" de Filipe Melo "ou uma manifestação institucional do Grupo Parlamentar do Chega". "Nestes termos, e sem prejuízo da eventual remessa à Comissão de Transparência e Estatuto dos Deputados para apreciação dos factos alegadamente visando o senhor deputado Filipe Melo, notifique-se o Grupo Parlamentar do Chega, na pessoa do seu líder parlamentar, Pedro Pinto, para esclarecer, no prazo de dois dias, se adere ou não à participação apresentada por Filipe Melo", lê-se no despacho do presidente da Assembleia da República, ao qual a agência Lusa teve acesso. Filipe Melo, por sua vez, é neste momento alvo de dois processos já em curso na Comissão de Transparência: O primeiro tem como queixosa a socialista Isabel Moreira, que o acusa de lhe ter dirigido "gestos desrespeitosos" a partir da Mesa da Assembleia da República; o segundo, mais recente, de Eva Cruzeiro, também do PS, a quem o deputado do Chega gritou "vai para a tua terra". Agora, Filipe Melo contra-ataca e queixa-se que a socialista Eva Cruzeiro, durante a mesma audição com o ministro da Presidência, Leitão Amaro, no dia 29 de outubro, classificou o Chega como um partido racista e xenófobo e reproduziu essas acusações nas redes sociais. O deputado do Chega considera por isso que se está perante um "padrão reiterado de hostilidade contra os deputados do Grupo Parlamentar do Chega", o que é "incompatível com os valores institucionais e democráticos a que os deputados estão vinculados". Para o presidente da Assembleia da República, "quando o confronto político se desloca do plano das ideias para o domínio da descredibilização pessoal ou institucional, o parlamento deixa de cumprir a sua função de espaço privilegiado de construção democrática e transforma-se num palco de conflitos estéreis". Estes episódios, segundo José Pedro Aguiar-Branco, "independentemente da origem, são censuráveis porque rompem com os deveres de urbanidade e respeito institucional que sustentam o funcionamento saudável do parlamento". "Tal como anteriormente se concluiu em contexto análogo --- nomeadamente aquando da participação apresentada pela senhora deputada Eva Cruzeiro, na qual alegava que o senhor deputado Filipe Melo lhe teria dirigido a expressão 'vai para a tua terra' --- também a qualificação de deputados legitimamente eleitos como racistas ou xenófobos pode enquadrar-se no conceito de discurso injurioso ou ofensivo, a que alude (...) o Regimento da Assembleia da República", adverte-se no despacho de José Pedro Aguiar-Branco.
Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela