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CGD: CMVM não teve acesso a auditoria mas atuará se necessário

24 de janeiro de 2019 às 14:31

A presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários afirmou que está a acompanhar o tema de forma atenta e cuidadosa e irá intervir se considerar necessário.

A presidente daComissão do Mercado de Valores Mobiliários(CMVM) afirmou hoje que o supervisor não teve acesso à auditoria àCGD, mas está a acompanhar o tema de forma atenta e cuidadosa e irá intervir se considerar necessário.

"A auditoria à Caixa foi conduzida por um auditor sujeito à nossa supervisão, e, portanto, está sob o nosso radar. O acompanhamento que estamos a fazer do caso é atento e cuidadoso e, se entendermos que devemos intervir, fá-lo-emos. Neste momento não somos uma parte da questão", disse hoje Gabriela Figueiredo Dias, num encontro com jornalistas.

A presidente da CMVM explicou que, nesta matéria, a eventual intervenção do supervisor passa por "verificar se o auditor fez bem o seu trabalho, ou seja, se aplicou ou não as regras a que está obrigado. A função do supervisor nesta matéria é verificar se o auditor cumpriu as regras".

"A CMVM tem as suas responsabilidades definidas e assume-as todas, e há um equilíbrio entre o que podemos fazer e o que se espera que se faça. Naturalmente que a CMVM está a acompanhar o tema", frisou.

Gabriela Figueiredo Dias adiantou também que "a CMVM não teve acesso ao relatório, não pediu para ter e não tem de pedir", acrescentando que "até ao momento presente não há nada" que tenha sido transmitido ao supervisor. "Não há razão para termos acesso", indicou.

"Não estou a afirmar que não há nenhum problema. Face à realidade auditada não nos pronunciaremos nesta sede", referiu no encontro, acrescentando que a posição da CMVM na matéria. "Poderá ser avançar com uma inspeção ou não à atividade do auditor. Estamos a falar do auditor e da inspeção à auditoria", precisou.

"Iremos fazer um acompanhamento tão próximo e cuidadoso quanto possível", sublinhou a presidente da CMVM, acrescentando que o supervisor está a recolher toda a informação necessária para decidir a ação que vai "ter ou não".

Em causa está uma versão da auditoria da EY à Caixa Geral de Depósitos (CGD) relativa ao período 2000-2015, com data de dezembro de 2017, que refere que os administradores do banco público receberam "remuneração variável" e "voto de confiança", mesmo com resultados negativos.

A auditoria aponta "importantes insuficiências" organizacionais que poderão ter contribuído para decisões pouco fundamentadas na concessão de crédito e detetou sete operações de concessão de crédito com risco grave ou elevado e perdas, só nestas, de mais de 1.000 milhões de euros, entre as quais as operações de financiamento da fábrica da La Seda de Barcelona, em Sines.

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