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Agente que alvejou Daunte Wright demite-se

Diogo Barreto 13 de abril de 2021 às 19:45

A morte do jovem de 20 anos motivou vários protestos desde domingo. Agente que disparou diz que se enganou e que queria apenas usar o taser, não a arma de fogo.

O chefe da polícia de Brooklyn, Minnesota, e o agente que atingiu fatalmente Daunte Wright no passado domingo demitiram-se dos seus cargos. A demissão surge na sequência de dois dias de protestos civis contra a violência policial, em especial pela morte do jovem afro-americano, alvejado na sequência de uma alegada violação de trânsito.

Nathan Howard/Getty Images

De acordo com a Fox News, o chefe Tim Gannon e o agente Kim Potter apresentaram a sua demissão esta terça-feira. As noites de domingo e de segunda-feira foram de protesto nas ruas de Brooklin, com as autoridades a entrarem em confronto com os manifestantes e o poder local decretou o recolher obrigatório para minimizar os impactos dos protestos.

O episódio aconteceu a 16 quilómetros do local onde George Floyd foi morto em maio do ano passado e onde decorre o julgamento do agente acusado da sua morte. No domingo à noite, cerca de 200 manifestantes juntaram-se em frente à esquadra da polícia de Brooklyn Center e atiraram pedras contra o edifício. O grupo acabou por ser dispersado, mais tarde. 

O chefe da polícia Tim Gannon referiu numa conferência de imprensa que o tiro disparado pelo agente tinha sido "acidental", afirmando que o agente em causa confundiu a sua arma taser com a arma de fogo e que pretendia apenas atordoar o jovem Daunte Wright, de 20 anos.

Daunte tinha sido mandado parar pelas autoridades na Avenida de Orchard, em Brooklyn Center, pelas 14 horas locais, por uma alegada violação das regras de trânsito. O jovem circulava na companhia da namorada quando o casal foi mandado parar.

Segundo a associação de defesa dos direitos civis União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU na sigla original), a mãe do jovem diz que este foi mandado parar por ter um ambientador preso no espelho retrovisor, "algo que a polícia faz demasiadas vezes para discriminar pessoas negras", referem. Ainda segundo esta associação, a mãe de Wright estava ao telefone com o filho quando ele foi mandado parar e que ouviu os agentes a pedir que ele saísse do veículo. Depois ouviu apenas altercações e por fim o som de tiros.

Num comunicado da polícia de Brooklin, Wright terá sido mandar parar por violação das regras de trânsito e as autoridades descobriram que havia um mandado emitido em seu nome por cumprir. Alegadamente, o jovem voltou a entrar no veículo enquanto as autoridades o tentavam deter. Foi neste contexto que um tiro foi disparado, ferido mortalmente o jovem.

Aos jornalistas, a mãe disse que ouviu os polícias a interpelarem o filho e depois tiros. "Quando voltei a telefonar, foi a namordada dele que atendeu e que ia no lugar do passageiro e disse que ele tinha sido abatido. Ela virou o telemóvel para o lugar do condutor e eu vi o meu filho já sem vida", referiu Katie Wright.

Segundo as autoridades, as câmaras de vídeo instaladas nas fardas dos agentes estavam a funcionar na altura dos factos.

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