O País está condenado a ter a mesma política durante décadas para que ela possa ter resultados, em particular dando prioridade ao pagamento da dívida, por meio de uma austeridade assente na contenção de salários e pensões, diminuição das funções do Estado, pobreza assistida e desregulação e baixa de impostos para as empresas, na esperança de que talvez isso possa significar algum incremento económico
1.Há um problema de fundo na política portuguesa: não tem futuro. Aliás quando se olha com atenção para o nosso debate político percebe-se que ele anda à roda de trivialidades e, se retirarmos do prato comunicacional essas trivialidades, não sobra nada. Ou melhor, sobra: um grande silêncio, uma grande autocensura, um grande indizível, para não dizer tabu, que é palavra que se gastou demais. E esse vazio cheio de sentido é o modelo económico e social imposto pelas "regras europeias", assente em défices quase zero, numa dívida que consome uma parte gigantesca da riqueza nacional, com a deslocalização de múltiplos poderes para instâncias exteriores – com a castração do parlamento nacional dos principais poderes que o justificam, ou seja, o poder de decidir as políticas económicas e orçamentais mais adequadas para o País –, e com votos de primeira (os que podem definir políticas, ou seja, que podem aceitar as políticas "aceitáveis") e os que não servem para nada, ou seja, os que não podem ser traduzidos em políticas sem profunda perturbação do establishment.
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Talvez não a 3.ª Guerra Mundial como a história nos conta, mas uma guerra diferente. Medo e destruição ainda existem, mas a mobilização total deu lugar a batalhas invisíveis: ciberataques, desinformação e controlo das redes.
Ricardo olhou para o desenho da filha. "Lara, não te sentes confusa por teres famílias diferentes?" "Não, pai. É como ter duas equipas de futebol favoritas. Posso gostar das duas."