Sábado – Pense por si

José Pacheco Pereira
José Pacheco Pereira Professor
03 de dezembro de 2017 às 13:00

As cheias de 1967

Aquele País de mortos por contar, aquele País de vivos miseráveis, aquele País que deliberadamente se tentou esconder por todos os meios, era o Portugal imperial que terminava no ponto mais alto de “Portugal”, o monte Ramelau em Timor

A maioria das pessoas dos sectores mais politizados da universidade, num momento de transição e radicalização que acabava com o refluxo da crise das prisões de 1965, conhecia muito mal o País. O inquérito da JUC [Juventude Universitária Católica] feito nesses anos revelava que apenas 4% dos estudantes universitários vinham de meios operários e camponeses e, no caso de Lisboa, não havia o forte recrutamento da província que existia em Coimbra, pelo que a maioria tinha, quando muito, uma experiência urbana e mesmo essa parava à porta da Lisboa dos bairros da lata. A politização, por muito que fizesse as pessoas falar dos "operários e dos camponeses", esses entes, como aliás a maioria dos portugueses pobres, passava ao lado de uma sociedade desigual e fortemente classista.

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