Este Governo é feudalizado, não há verdadeiro “conselho” de ministros, e ninguém viu o texto do caderno de encargos da TAP em detalhe, a começar pelo primeiro-ministro
A história supostamente não inteiramente explicada do caderno de encargos que, num dia teria garantias contra o despedimento apenas para os trabalhadores da TAP que faziam parte de um "acordo" e no dia seguinte já se aplicava a todos, "nem podia deixar de ser de outra maneira", é um bom exemplo não só da baixa qualidade da governação, mas também do resvalar autoritário e revanchista. Eu disse "supostamente não explicada", mas para mim é claro como água: como afirmaram ministro e secretário de Estado, ao anunciar o acordo, ele estava formulado com a exclusão ilegal dos trabalhadores dos sindicatos "revoltosos", ou seja de metade dos trabalhadores. E só foi mudado quando se percebeu que era um erro de todo o tamanho, quer no plano jurídico quer para a "estabilidade" da TAP, visto que iria atirar os excluídos, que são a maioria, para um conflito muito duro. Quando começaram a soar todas as campainhas de alarme, já havia declarações públicas tão explícitas que não havia volta a dar senão fazer de conta que nada se passara. Daqui podem tirar-se duas conclusões: uma é sobre a mentalidade revanchista e a pouca cultura democrática do ministro e do secretário de Estado; a outra é que o aconselhamento jurídico nos gabinetes é nulo ou muito incompetente. E uma suspeita: este Governo é feudalizado, não há verdadeiro "conselho" de ministros, e ninguém viu o texto do caderno de encargos em detalhe, a começar pelo primeiro-ministro.
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