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Nuno Rogeiro
Nuno Rogeiro
09 de dezembro de 2018 às 17:00

A rebelião das massas

Não vale a pena fingir que a França está a braços com uma mera tentativa de tomada do poder pela Frente Nacional. A revolta é mais profunda, mais vasta, mais complicada, mais durável, mais antiga e mais ignorada do que parecia pelo poder central. Emmanuel Macron pode pagar caro a cegueira

A França revoltada, rebarbativa, que diz passar "da indignação à cólera, e da cólera à raiva", não é nova. Em 1385, num mês quente do início do Verão, começou um cortejo de revoltas campesinas no Vale d’Oise. Ficou conhecido como Jacquerie: não tinha comandantes ilustres, e erguia -se contra as taxas discricionárias, a opressão feudal, a pobreza extrema e a rapina do sangue azul, a entrega das províncias a mercenários impiedosos, e o alegado abandono do "bom Rei João" pela sua corte, numa triste batalha da Guerra dos Cem Anos. As violências do baixo povo ficaram lendárias, e a repressão foi brutal.

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