Sábado – Pense por si

Eduardo Dâmaso
Eduardo Dâmaso
14 de agosto de 2019 às 05:30

A arte de cavalgar um conflito laboral

António Costa apostou tudo num exercício de autoridade contra os motoristas, a pensar na conquista da maioria absoluta nas próximas eleições legislativas de outubro. Pelo meio, atropelou a lei da greve. Com o aplauso generalizado.

Depois de ter andado aos papéis na primeira greve dos motoristas de matérias perigosas, desta vez, o Governo cavalgou de alto a baixo o conflito. Isolou os motoristas na opinião pública, apostou tudo numa cartada maximalista em termos legais, contou com o apoio precioso (e generoso) de um parecer do Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República e fez um forte exercício de autoridade. Uma estratégia aplaudida do Minho ao Algarve por uma classe média mais preocupada com o sossego das suas férias do que com os salários dos motoristas ou o rombo de consequências imprevisíveis dado na lei da greve.

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